Negociação

Após suspender greve, sindicalistas dizem que ‘bola está com Eletrobras e governo’

Representantes dos trabalhadores e da empresa voltam a se reunir amanhã, no TST

FNU/CUT

Trabalhadores eletricitários em greve durante ato de protesto, no Rio, para pressionar setor patronal a negociar

São Paulo – Após decidir pela suspensão da greve iniciada há 16 dias, trabalhadores da Eletrobras aguardam a retomada da audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST), amanhã (1º), às 15h. “Esse voto de confiança à Justiça do Trabalho é mais uma demonstração de que a FNU, os sindicatos e o CNE (Coletivo Nacional dos Eletricitários) sempre estiveram dispostos a negociar, agora cabe ao governo e a Eletrobras fazerem a sua parte”, diz a Federação Nacional dos Urbanitários, em nota. “A bola está com a Eletrobras e o governo”, acrescentam os sindicalistas. A empresa, que havia oferecido 6,49% (variação do IPCA em 12 meses, até abril), ainda não se manifestou formalmente sobre a proposta do TST.

Na primeira parte da audiência, segunda-feira (29), o presidente do tribunal, Carlos Alberto Reis de Paula, propôs aumento real de 1% (além dos 6,49%), retroativo a maio (data-base), outro reajuste em igual percentual em janeiro do ano que vem, além de 0,5% acumulados em setembro do próximo ano, juntamente com a inflação medida pelo IPCA. Os dias parados seriam divididos entre abonos e dias compensados. O juiz também concedeu liminar à empresa, determinando manutenção de pelo menos 75% da força de trabalho. Ele negou pedido de abusividade da greve feito pela companhia.

A holding responde por 35% da geração de energia no país. Controla 169 usinas (sendo 123 térmicas, 40 hidroelétricas, quatro eólicas/solares e duas nuclares), 153 de forma integral. Na distribuição, atende 3,6 milhões de clientes, 5% do total brasileiro, enquanto as linhas de transmissão representam 56%. Fechou o ano passado com 30.151 funcionários.

Em 2012, a Eletrobras teve receita operacional líquida de R$ 34 bilhões, crescimento de 16,6% sobre o ano anterior. Mas registrou seu maior prejuízo, R$ 6,9 bilhões, em resultado atribuído, em parte, à medida provisória que reduziu tarifas para geradoras e transmissoras. Em seu balanço anual, a companhia afirma que “as perspectivas são de melhoria contínua”, em um “novo ambiente de negócios no setor elétrico”. E também fala sobre necessidade de “reduzir custos em relação às nossas receitas”.

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