sem acordo

Professores da rede municipal de São Paulo mantêm greve e dizem contar com adesão de 50%

Prefeitura não divulga informações sobre paralisação e mantém proposta fechada no ano passado entre sindicato presidido por aliado de Kassab e ex-prefeito

Alexandre Moreira/Brazil Photo Press/Folhapress

A greve iniciada no último dia 29 de abril terá nova assembleia na próxima sexta-feira

São Paulo – Os professores da rede municipal de ensino de São Paulo decidiram hoje (14), em assembleia, manter a greve iniciada no último dia 29. Os diretores do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (Sinpeem) vão ainda unificar a paralisação com o Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo (Aprofem), que até agora não participava do movimento. Os docentes reivindicam 6,55% de reajuste retroativo a maio de 2011, 4,61% retroativo a maio de 2012 e 5,6% referente à data-base de 2013, a ser pago a partir de maio deste ano.

A próxima assembleia dos servidores públicos municipais da educação deve ocorrer na sexta-feira (17), às 14h, em frente ao prédio da prefeitura, no Viaduto do Chá.

De acordo com a diretora do Sinpeem Lilian Maria Pacheco, a adesão à greve é de cerca de 50% e, até o momento, a prefeitura não fez nenhuma contraproposta às reivindicações nem proposta de reunião com os sindicalistas. Segundo ela, além das

Segundo informações da Secretaria Municipal de Educação, a prefeitura não divulga informações sobre a adesão à greve na rede municipal de ensino e mantém a proposta de reajuste de 10,19% referente a perdas salariais dos últimos três anos e 13,43% para 2014 para os servidores municipais da educação. Trata-se de um acordo fechado na gestão de Gilberto Kassab (PSD), aliado do presidente do Sinpeem, Claudio Fonseca, que no ano passado chegou a provocar confusão ao decretar o fim de uma greve que tinha pedido de continuidade por parte da base.

O Sinpeem, a Aprofem e o Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo (Sinesp) foram os únicos entre as 29 entidades representativas dos servidores públicos municipais que não assinaram o protocolo de negociação proposto pela prefeitura, que prevê reajuste linear de 0,82%, correção nos valores de pisos salariais e a negociação do índice de 11,46%, dividido em três parcelas.

A proposta inicial da prefeitura era de conceder o reajuste linear de 11,46%, mas a assinatura estava condicionada a que os sindicatos abrissem mão de reivindicar novos índices econômicos entre 2014 e 2016 e que só poderiam fazer greve depois de esgotadas todas as possibilidades de consenso por meio do Sistema de Negociação Permanente (Sinp).

Os sindicatos não aceitaram e a prefeitura retirou as exigências, mas também eliminou da proposta o reajuste linear de 11,46%, que voltou a ser colocado como ponto de negociação no protocolo.

Na semana passada, o prefeito Fernando Haddad (PT) criticou a atitude do Sinpeem de iniciar greve antes mesmo que fossem feitas as primeiras rodadas de negociação e classificou o movimento como um gesto de “intolerância” de Fonseca. “Temos mais de 40 mil professores que vão receber 10,19% agora, na data-base, em maio. No mês do reajuste, às vésperas da reunião. Na nossa opinião isso vai  ter consequências ruins pra educação. Um gesto deste, de uma pessoa ressentida com o resultado que colheu no ano passado.”

Fonseca não foi reeleito vereador na eleição de 2012. Hoje, durante a assembleia, o sindicalista criticou o prefeito, disse que ele é “inacessível” e que não tem demonstrado disposição em negociar. “É assim, sem negociação, que age o prefeito”, afirmou o presidente do Sinpeem.