Frente a cobranças, ministro do Trabalho desconversa: ‘Estou chegando agora’

Já ministro da Secretaria Geral da Presidência considera que governo do PT tem abertura ao diálogo, diferente das gestões anteriores

Manoel Dias avalia que a abertura de uma mesa de diálogo neste mês trará avanços (Foto: Marcelo Camargo. Agência Brasil)

São Paulo – O ministro do Trabalho, Manoel Dias, desconversou hoje (1º) ao ser questionado pela RBA sobre o aparente desinteresse do governo federal em acabar com o fator previdenciário e reduzir a jornada de trabalho no país, bandeiras históricas do movimento sindical. “Estou entrando agora e tomando pé da situação”, afirmou Dias, que está há pouco mais de 45 dias no cargo. “Desconheço as razões por ainda não terem avançado.”

O ministro do Trabalho afirmou, porém, que a administração da presidenta Dilma Rousseff (PT) tem vontade de encontrar uma solução para o problema. “A criação da mesa de negociação entre o governo e as centrais sindicais vai possibilitar um avanço em todos esses temas colocados na pauta dos trabalhadores”, aposta. “Discussões sempre provocam avanços.” Perguntado se está comprometido com a redução da jornada e o fim do fator previdenciário, Dias argumentou que não pode tomar esse tipo de decisão sozinho. “Mas me comprometo a estar ao lado dos trabalhadores.”

Criticado pelas centrais sindicais pela má vontade do governo em recebê-las, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, defendeu a vocação da administração petista ao diálogo. “É por isso que estamos aqui, dialogando neste momento”, discursou durante as comemorações do 1º de Maio da CUT, no centro de São Paulo. “Somos um governo diferente, que não se esconde, que não tem medo da pressão nem do protesto, e que sabe que no diálogo é que a gente constrói um futuro melhor para todos.”

Ao tomar a palavra, o presidente da CUT, Vagner Freitas, voltou a falar que a presidenta Dilma Rousseff precisa atender às reivindicações da classe trabalhadora. “Para os empresários, já houve várias benesses”, disse, em referência às desonerações fiscais constantemente anunciadas pelo governo para estimular o consumo das famílias. “Entregamos uma pauta no final de março e o governo só respondeu porque fui lá em Brasília cobrar uma resposta. Se tem coisa pra empresário, tem de ter para os trabalhadores também.”

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