Para CUT, fator previdenciário pode virar herança de Lula e Dilma, não só de FHC

Presidente da CUT critica morosidade da gestão petista em acabar com 'herança maldita' do tucano: 'Já faz dez anos que o PSDB deixou o poder', lembra Vagner Freitas

São Paulo – O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, disse hoje (22) que o fator previdenciário – dispositivo que reduz o benefício de quem requisita aposentadoria por tempo de serviço – está deixando de ser uma “herança maldita” apenas do governo Fernando Henrique Cardoso (1994-2002) para se transformar também num legado negativo da gestão petista.

“O governo eleito pela classe trabalhadora vai colocar o projeto de lei para ser discutido no Congresso ou não?”, questionou, durante coletiva de imprensa na sede da CUT, na zona leste de São Paulo. “O fator previdenciário é uma herança maldita de FHC, mas está deixando de ser. Era herança há dez anos. Faz dez anos que FHC não é mais presidente da República, mas o fator continua. Não houve nenhuma alteração. Não dá mais pra conviver com isso.”

Ao apresentar as reivindicações da CUT para o 1º de Maio, Freitas lembrou que o governo federal tem beneficiado os empresários brasileiros com uma série de desonerações fiscais e exigiu que, agora, a presidenta Dilma Rousseff (PT) passe a olhar também para as reivindicações dos trabalhadores. “Concordamos com as desonerações, porque são importantes para garantir a competitividade da indústria nacional e para manter a economia aquecida”, diz. “Mas exoneração tem que ter contrapartida social. Quem controla o que os empresários estão fazendo com o dinheiro que não está mais indo para o pagamento de impostos?”

O presidente da CUT afirma que o governo deve exigir das empresas beneficiadas pela redução de tributos maiores investimentos em qualificação profissional e abertura de mais postos de trabalho. “Para manter o Brasil crescendo, temos de desenvolver o mercado interno. Mas, na realidade, os empresários estão batendo novamente nas portas do Planalto, pedindo mais isenções, só que em alguns setores houve demissões”, anota, lembrando que governo deve atender às reivindicações dos trabalhadores. “Queremos contrapartidas.”

Leia também

Últimas notícias