Dias diz que quer recuperar peso do MTE e já ouve pedido para trocar secretaria

Presidente da Força Sidical pede mudança na Secretaria de Relações do Trabalho, hoje comandada por Manoel Messias, dirigente da CUT

O ministro Antonio Dias, à direita, na cerimônia de posse (Foto: José Cruz/ABr)

São Paulo – Mais do que pontual (chegou às 8h18 para o evento programado para as 8h30 de hoje na sede da Força Sindical), o ministro Manoel Dias iniciou ontem (25) à noite seu périplo pelas centrais sindicais com uma visita à UGT. Tanto lá como na Força, ouviu o mesmo pedido: recuperar o peso político do MTE no governo. Uma tarefa que não será fácil, a considerar a rotatividade – um dos problemas no mercado de trabalho – que atinge o próprio ministério: desde o período da redemocratização, em 1985, a pasta já teve mais de 20 titulares, entre efetivos e interinos. “A presidenta Dilma precisa de um ministro que tenha firmeza, solidez e faça valer a voz (dos trabalhadores) naquele colegiado (ministério)”, afirmou.

Ele prometeu “muito zelo pela coisa pública” e pediu “apoio crítico e político” aos sindicalistas. Afirmou que o governo Dilma teve “avanços importantes, como a redução dos juros”, mas que precisa de “mais força ainda”. “Governar é administrar pressões. Quero ser esse instrumento de união entre as centrais”, afirmou. 

O ministro já foi à UGT e à Força acompanhado de seu novo secretário-executivo, Paulo Pinto, o mesmo dos tempos de Lupi e que chegou a ser ministro interino até a indicação de Brizola Neto, de dezembro de 2011 a maio do ano passado. E ouviu uma reivindicação explícita do presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. “Nossa impressão é que a Secretaria de Relações do Trabalho tem de ser uma coisa neutra. Não pode ser de uma central. Isso desequilibra o jogo”, comentou. A SRT é ocupada hoje por Manoel Messias, dirigente da CUT. 

“Ainda não tive tempo de pensar nisso”, afirmou Dias, lembrando que ainda visitará outras centrais, como a CUT e a NCST, amanhã. Mas garantiu que a solução para o caso será “republicana”.

Ao ouvir a expressão “porta de fábrica”, o ministro lembrou de sua origem sindical, em Criciúma (SC). “No meu tempo, eu ia na boca de mina. Era o único do sindicato no Brasil em que os mineiros tinham salário profissional.” Convertido ao trabalhismo na época da campanha da legalidade de Leonel Brizola (para garantir a posse João Goulart), no início dos anos 1960, Dias afirmou que a CLT – prestes a completar 70 anos, em maio –, deve ser modernizada, mas sem aceitar retirada de direitos.

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