Combate à precarização do trabalho é tema de debate entre CUT e sindicatos

Grupos de trabalho contribuíram para a discussão dos problemas de cada setor específico (Roberto Parizotti/CUT) São Paulo – A Central Única dos Trabalhadores (CUT) encerrou ontem (13) um encontro reunindo […]

Grupos de trabalho contribuíram para a discussão dos problemas de cada setor específico (Roberto Parizotti/CUT)

São Paulo – A Central Única dos Trabalhadores (CUT) encerrou ontem (13) um encontro reunindo o macrossetor de comércio, serviços e logística, com o objetivo de dividir as experiências de negociação coletiva, reverter a precarização do trabalho e articular a organização dos trabalhadores para discutir a conjuntura e a política. O presidente da Central, Vagner Freitas, explicou que a ideia é levar o debate para além do espaço da central. “Se não entendermos como funciona a economia teremos dificuldade em fazer propostas plausíveis para melhorar a vida dos trabalhadores”, disse.

Para o presidente da Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs), Alci Araújo, é necessário equilibrar melhor a relação entre patrão e empregado no macrossetor. “A economia vai bem, mas não conseguimos o mesmo crescimento do empresário. Ainda enfrentamos extensas jornadas e a rotatividade atinge de 30% a 55% do trabalhador do comércio. O momento de crescimento do PIB, em 2013, deve ser também de melhores condições de trabalho”, analisa.

O presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, também abordou a questão da rotatividade. Segundo ele, discutir a convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre demissão imotivada, é essencial. Para o dirigente, a demissão de trabalhadores experientes para contratação de outros recebendo menos, impediu o crescimento do salário médio, apesar dos ganhos reais conquistados nas campanhas salariais, entre 2004 e 2011. Cordeiro destacou que, no setor bancário, a maioria das vagas pagavam entre um e um e meio salário mínimo.

O dirigente defende que a definição da taxa de juros pelo Comitê de Políticas Monetárias (Copom) seja tomada a partir de critérios sociais. Duas atitudes podem contribuir para que os problemas do sistema financeiro sejam debatidas com seriedade: a criação de um Observatório do Sistema Financeiro, já em fase de implementação, e a Conferência Nacional do Sistema Financeiro. Sobre isso, Cordeiro ponderou que “os grandes projetos do país ainda são pensados, mas não colocados na mesa para discutir com os trabalhadores.”