Demissões no Santander voltam ao Tribunal Regional do Trabalho nesta terça

Cortes estão suspensos por liminar obtida por sindicato desde a semana passada. Contraf-CUT quer audiência com Mantega para tratar de emprego no sistema bancário

São Paulo – Uma nova audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (capital e região metropolitana de São Paulo) entre o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e representantes do Santander está marcada para esta terça-feira (11), às 16h.

Na semana passada, a desembargadora Rilma Aparecida Hemetério atendeu pedido de liminar feito pelo sindicato e suspendeu todas as demissões sem justa causa feitas pelo banco, no mês de dezembro. As dispensas que ainda não tinham sido homologadas foram suspensas, sob multa diária de R$ 100 mil.

“A demissão em massa tem um impacto social para às famílias envolvidas e toda a sociedade. Não podemos considerar normal uma empresa tão lucrativa causar tantos prejuízos”, disse Juvandia Moreira, presidenta da entidade.

Em outra frente, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) pede audiência com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir o processo de reestruturação no sistema financeiro, que tem provocado demissões em massa nos bancos, e não apenas no Santander. Em ofício assinado pelo presidente da entidade, Carlos Cordeiro, e pelo secretário de Imprensa, Ademir Wiederkehr, a confederação expressa preocupação com os cortes, a ampliação do crédito e a qualidade do atendimento, propondo que o governo busque medidas que garantam o emprego e os interesses da sociedade.

A confederação aponta demissões em larga escala no Itaú, Santander e Citibank. Segundo a Contraf, no Itaú, mesmo com lucro de R$ 10,1 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, o maior banco privado do país cortou 7.831 postos de trabalho. O Citibank anunciou na quarta-feira (5) o fechamento de 14 das 98 agências no Brasil.”Desta forma, é inaceitável que os trabalhadores paguem a conta desses ajustes dos bancos para manter os seus lucros gigantescos e continuar se apropriando da renda do país, na contramão da política de crescimento com desenvolvimento econômico e social, inclusão e redução das desigualdades”, afirma Cordeiro no ofício encaminhado ao ministro.