Bancários do Santander paralisam agências contra demissões em massa

São Paulo – Bancários de São Paulo, Rio e Salvador, entre outras cidades, programam para a manhã de hoje (4) paralisações do trabalho em agências do Santander, em protesto, segundo […]

São Paulo – Bancários de São Paulo, Rio e Salvador, entre outras cidades, programam para a manhã de hoje (4) paralisações do trabalho em agências do Santander, em protesto, segundo sindicalistas, contra um processo de demissões em massa deflagrado pelo banco desde a semana passada. Os trabalhadores exigem a reintegração de todos os funcionários desligados. A paralisação é a primeira resposta diante da onda de demissões que, só nesta segunda-feira (3), deixou sem emprego cerca de mil trabalhadores, segundo estimativa inicial de dirigentes sindicais. A confederação nacional da categoria (Contraf-CUT) afirma em nota que já cobrou uma negociação com o banco. 

“Solicitamos uma negociação com o Santander para discutir a suspensão imediata das dispensas e a manutenção dos empregos dos trabalhadores do banco”, destaca o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “Não é admissível que o país onde o banco é o responsável por 26% do resultado global do grupo espanhol, tenha demissões sem nenhuma explicação. Não vamos admitir que o banco faça esses cortes, tirando de seu quadro funcionários que estão para se aposentar, com a finalidade de reduzir seus gastos com pessoal”, diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira. 

Em nota, Maria Rosani, diretora daquele sindicato e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, afirma que, entre os dispensados, estão empregados com mais de 20 anos de banco e até pessoas com deficiência. “Trabalhadores que dedicaram uma vida inteira à instituição não podem ser descartados dessa forma. Além disso, essas dispensas só podem estar ocorrendo para que o banco economize com os funcionários e amplie suas remessas à Espanha”, denuncia.

No Nordeste, dados preliminares indicam 30 demissões em Pernambuco, 23 na Bahia, 14 em Alagoas e 10 na Paraíba. Na sua maioria, os desligados foram gerentes de agências.

Segundo as entidades sindicais, nos primeiros nove meses do ano, o Santander apresentou Lucro Líquido Gerencial de R$ 4,731 bilhões, 26% do resultado global do grupo espanhol. Sua carteira de crédito atingiu o patamar de R$ 207,334 bilhões, com crescimento de 10,1% em 12 meses e 0,8% no trimestre.

“Ao demitir trabalhadores, faltando menos de um mês para o Natal, o Santander revela que não respeita o Brasil e os brasileiros”, critica Wiederkehr. “Exigimos a suspensão imediata das demissões, a manutenção dos empregos e a geração de novos postos de trabalho, como forma de responsabilidade social e contrapartida para o desenvolvimento do país.”

Procurado, o Santander ainda não havia respondido à reportagem até o fechamento desta matéria.