Em conferência, Lula defende piso salarial nacional para metalúrgicos

Ex-presidente disse que os sindicalistas hoje precisam de formação melhor e de debate aprofundado sobre diversos temas (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula) São Bernardo do Campo (SP) – Cerca de 180 […]

Ex-presidente disse que os sindicalistas hoje precisam de formação melhor e de debate aprofundado sobre diversos temas (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

São Bernardo do Campo (SP) – Cerca de 180 dirigentes sindicais de todo o país estiveram reunidos hoje (6) na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, para discutir ações que visam a acabar com as desigualdades salariais na categoria. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve presente nesta 1ª Conferência Nacional sobre Negociação Coletiva e afirmou que é necessário avançar nas discussões e buscar implementar o objetivo para ter uma sociedade mais justa.

“O sindicalismo mudou muito desde que eu comecei a luta. Hoje é necessário estudar, ler, discutir e se aprofundar mais nas temáticas. Por isso, este evento é muito importante para expor todas as vertentes desse tema. Os representantes de outras categorias, como bancários e petroleiros, podem servir de base para a categoria metalúrgica com suas experiências. Este tema é válido e muito importante para que o Brasil tenha uma sociedade mais igual e justa. O trabalhador de uma empresa daqui ganha muito mais do que um do Nordeste na mesma função, e isso não é justo”, afirmou Lula.

O grupo participa de seminários e mesas temáticas durante dois dias para construir uma pauta nacional a ser discutida com as entidades empresariais e com o governo, visando a acabar com as desigualdades salariais na categoria. Representantes de outras categorias como bancários, químicos, petroleiros, e construção civil a também foram convidados a discutir o assunto.

O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, afirmou que é importante para o desenvolvimento do Brasil que haja um piso nacional para a categoria. “Estudos econômicos e sociais já demonstraram que o custo de vida e dos produtos é muito semelhante em todas as regiões do país. Por exemplo, o carro zero quilômetro custa o mesmo valor aqui ou no Amapá. Isso demonstra que é necessário rever a questão do salário também. Um torneiro mecânico aqui e lá estudou o mesmo tempo, tem a mesma carga horária e não tem os mesmos salários e benefícios. Se já fosse assim, com certeza o poder de consumo desses trabalhadores seria maior, como acontece com bancários e petroleiros, que já têm acordos nacionais.”

Sobre a presença do ex-presidente Lula, Cayres afirmou ser de extrema importância para o trabalho da categoria. “Foi uma honra tê-lo aqui. Conhecemos a competência e a inteligência dele, e este apoio nos dá mais força. Sabemos que não será fácil, já que a categoria possui setores diversos, mas estamos dispostos a conquistar esse avanço através de muitas reuniões e diálogo com as partes envolvidas, afirmou o sindicalista.”

O encontro ocorre até o final da tarde de quarta-feira e reunirá propostas que serão discutidas em futuras reuniões com o governo e empresários. Os sindicalistas se reúnem em três grupos temáticos: condições de trabalho e remuneração, relações sindicais e de trabalho, gestão da empresa e normas específicas de profissões, para discutir 2.632 cláusulas de 41 convenções coletivas da categoria. No final do evento farão uma plenária para aprovar esses itens.

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