Centrais e cinco categorias se unem em manifestação para reforçar campanhas

São Paulo foi a primeira cidade a receber o ato unificado, que vai ocorrer também em Brasília, em 17 de outubro, e no Rio de Janeiro, em data a ser definida

Os trabalhadores cobraram que o governo dê sequência às negociações pelas pautas de interesse das categorias profissionais (Foto: Gerardo Lazzari/RBA)

 

São Paulo – As principais categorias profissionais com datas-base no segundo semestre (bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros e trabalhadores dos Correios) reuniram-se na manhã de hoje (20), na Avenida Paulista, em São Paulo, em frente ao prédio do Bradesco, em ato unificado realizado pela CUT, com a participação das centrais Força Sindical, CTB e Conlutas. Participaram do evento cerca de 400 pessoas, entre trabalhadores e dirigentes sindicais.

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Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, o ato teve por objetivo chamar a atenção da população para as categorias que têm negociação neste semestre. “Algumas delas, como os bancários e os trabalhadores nos Correios, estão em greve, o que favorece a participação de mais trabalhadores na manifestação”, disse. Segundo o dirigente, o ato unificado traz visibilidade à pauta de reivindicações dessas categorias.

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo – cuja categoria se encontra no terceiro dia de greve –, Juvandia Moreira, a união é importante na medida em que estes trabalhadores têm várias lutas que são comuns. “Um dos objetivos do ato unificado é fortalecer a luta na busca por melhores salários e condições de trabalho”, afirmou.

A união desssas cinco categorias e das centrais também pretende reforçar a luta pela pauta nacional da classe trabalhadora, que está parada no governo e no Congresso Nacional. Desta pauta, entre outras reivindicações, constam a isenção de imposto de renda sobre a participação nos lucros ou resultados (PLR); a regulamentação da Convenção 151 (que estabelece o princípio da negociação coletiva entre trabalhadores públicos e os governos das três esferas – municipal, estadual e federal) e a ratificação da Convenção 158 (que impede a demissão imotivada), ambas da Organização Internacional do Trabalho (OIT); e o fim da terceirização e da rotatividade.

O coordenador político Sindicato Sindicato dos Químicos de São Paulo – categoria com data-base em 1º de novembro –, Osvaldo da Silva Bezerra, o Pipoka, disse que o ato unificado ocorrido hoje deve “disparar” o processo de negociação. “Teremos uma assembleia nesta sexta-feira (21), quando aprovaremos a pauta de reivindicações que será encaminhada ao patronal na semana que vem”, afirmou.

Já para o presidente da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos (FEM-CUT) de São Paulo, Valmir Marques, o Biro Biro, o ato unificado é um “aviso para o setor patronal de que a classe trabalhadora vai vencer mais esta luta”. Segundo ele, os metalúrgicos, em negociação desde 29 de junho, estão encontrando muitas dificuldades, por parte dos patrões, nas negociações desta campanha. “Este é o momento de demonstrarmos o nosso poder de mobilização e a nossa unidade”, destacou.

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, afirmou que é inaceitável que a maior empresa do país, a Petrobras, ofereça um reajuste com ganho real de apenas 0,9% a 1,2%. “Já estamos marcando uma greve de 24 horas para o dia 26”, disse. Os petroleiros fizeram manifestação diante da sede da Petrobras em São Paulo, também na avenida Paulista, e depois integraram-se ao ato unificado.

O segundo ato unificado será em Brasília em 17 de outubro, em frente ao Ministério do Planejamento. O terceiro será no Rio de Janeiro, em data ainda a ser definida.