Governo aceita negociar fundo para garantia do emprego

Em reunião com representantes de centrais sindicais, ministro Gilberto Carvalho assegura realização de reuniões mensais para debater agenda dos trabalhadores, mas isenção na PLR fica para depois

Uma comissão de trabalhadores, empresários e governo vai visitar a Alemanha para conhecer o projeto sobre garantia do emprego (Foto: Liz Pires. Secretaria Geral)

São Paulo – O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, confirmou hoje (15) durante reunião em Brasília que o governo federal aceita aprofundar o debate sobre a proposta de centrais sindicais de criar o Programa Nacional de Estabilização e Manutenção do Emprego, que tenta criar instrumentos para a garantia das vagas de trabalho em tempos de crise econômica.

“Nos colocamos à disposição para aprofundar esse assunto”, afirmou o ministro, segundo nota emitida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A ideia, apresentada no começo deste mês, é destinar 10% do valor arrecadado com multas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para um fundo voltado à manutenção do emprego. 

Além de Carvalho, participaram da audiência o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, e representantes de Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e União Geral dos Trabalhadores (UGT)

Ficou acertado que um grupo de trabalhadores, representantes do governo e de empresários visitará a Alemanha, no final de setembro, para conhecer os detalhes do projeto que inspirou a iniciativa local. “Essa viagem é um avanço na área de proteção ao emprego no Brasil”, disse Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e secretário-geral da CUT, que participou da reunião. “É a primeira vez na história deste país que uma delegação tripartite vai em missão oficial conhecer uma experiência bem-sucedida de combate ao desemprego.”

Segundo a Secretaria Geral, Carvalho aceitou realizar uma reunião por mês sobre uma série de assuntos levantados pelas centrais, como o Acordo Coletivo Especial (ACE), que prevê a negociação entre patrão e funcionário no local de trabalho, nos moldes do sistema implementado no ABC paulista, e a Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da organização sindical e do processo de negociação dos trabalhadores do serviço público. Além destas questões, entrarão nos debates o fator previdenciário, a rotatividade e a terceirização.

PLR

Por outro lado, Carvalho apenas renovou o compromisso de apresentar uma resposta do governo à proposta de isenção de cobraça de Imposto de Renda (IR) sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). As centrais querem que o governo desonere algumas faixas de PLR, mas a equipe econômica reluta em levar a conversa adiante com receio do impacto fiscal da medida.

“Desde maio deste ano estávamos esperando que o governo apresentasse uma proposta sobre PLR”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas. “O ministro Gilberto Carvalho nos informou que o ministro Guido Mantega se comprometeu em retomar o tema, sinalizando que o governo concorda em discutir a isenção do imposto até um determinado valor.”