São Paulo – Depois de no primeiro dia do congresso da CUT a diretora da AFL-CIO (principal central dos Estados Unidos) Cathy Feingold falar em ataque articulado aos direitos dos trabalhadores norte-americanos, ontem (11) foi a vez de o presidente do UAW, o sindicato dos trabalhadores no setor automobilístico, Bob King, afirmar que “os direitos estão sob ataque”. 

Mas quem mais chamou a atenção foi um metalúrgico do estado do Mississipi, que não pôde ser identificado por receio de represálias. Ele contou ter vindo por conta própria ao Brasil, mas disse ter medo de ser demitido no retorno ao seu país. “Em alguns estados, a legislação facilita a demissão”, afirmou aos mais de 2.300 delegados do Concut. “O tal sonho americano é uma ladeira acima, e é muito mais fácil cair. Mas resolvi subir a ladeira”, declarou, sob aplausos.

Segundo ele, trabalhadores com lesões seguem na ativa para não terem desconto nos salários. O trabalhador lembrou ainda de uma visita que a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo Rita Berlofa fez aos Estados Unidos. “Ela ouviu nossa história e chorou conosco”, afirmou, lembrando também do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Os Estados Unidos amam o Lula.”

Para Bob King, “as corporações globais estão determinadas a destruir os sindicatos”. A taxa de sindicalização do setor privado norte-americano, que chegou a 35%, hoje é de 7%. Considerando todos os setores, vai a 12%.