Metalúrgicos de São José dos Campos fazem campanha contra demissões na GM

São Paulo – O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, na região do Vale do Paraíba, interior paulista, programou para este mês uma série de protestos contra a […]

São Paulo – O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, na região do Vale do Paraíba, interior paulista, programou para este mês uma série de protestos contra a ameaça de demissões em massa na fábrica da General Motors (GM) no município, a 100 quilômetros da capital. Na manhã de hoje (5), cerca de 2,5 mil trabalhadores da empresa participaram de uma passeata organizada pelo sindicato. Faixas e bandeiras criticaram os cortes de funcionários e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) concedido pelo governo federal às montadoras.

No dia 17, os representantes dos trabalhadores reúnem-se com o ministro do Trabalho, Brizola Neto, para discutir o possível fechamento do setor chamado de MVA (Montagem de Veículos Automotores), onde trabalham 1,5 mil funcionários. A unidade produz os modelos Meriva, Zafira, Corsa e Classic.

De acordo com o sindicato, estão previstas novas manifestações ao longo das próximas semanas além de uma caravana para Brasília no dia 18, e de uma manifestação nacional, além de atos em frente a concessionárias da marca. “Não vamos permitir que a GM continue com seu projeto para demitir 1,5 mil trabalhadores. O setor automotivo não tem motivos para reclamar. As vendas estão em alta, o setor é o maior beneficiado por incentivos do governo federal e, mesmo assim, a política de demissões continua”, disse o presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, por meio de nota.

Nos últimos 30 dias, conforme dados da entidade, a GM realizou dois programas de demissão voluntária (PDVs) em São José, e 356 trabalhadores foram dispensados.

Propostas

Para o secretário-geral do sindicato, Luiz Carlos Prates, o Mancha, as recentes demissões fazem parte de um cenário de reestruturação da cadeia produtiva das montadoras no país. Em São José dos Campos, a empresa sinalizou, diz o dirigente, que o setor de MVA poderia ser desativado quando os modelos Meriva e Zafira saírem de linha. “Eles alegam que depende do mercado, mas sabemos que Corsa e Classic estão bem de venda”, afirmou.

Entre as propostas da entidade apresentadas à GM está a transferência da linha de montagem do modelo Classic da GM de São Caetano do Sul, município do ABC paulista, para a unidade de São José dos Campos. “Só essa medida seria suficiente para reabrir o segundo turno, que foi desativado”, afirmou Mancha. “Não vamos esperar uma tragédia anunciada acontecer.”

Os sindicalistas também acreditam que a empresa pode reduzir as importações de veículos e investir mais na produção nacional.

Com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região

 

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