Médicos param nesta terça contra MP que pode reduzir seus salários
Manifestação ocorrerá em todos os estados; parecer do relator da MP deve ser votado ainda esta semana
Publicado 11/06/2012 - 18h43
São Paulo – Sindicatos de médicos de todo o país organizam manifestação para amanhã (12) contra a Medida Provisória 568, de 2012, que dispõe sobre planos de carreiras e de salários para o funcionalismo público federal, beneficiando várias categorias, mas que contém erros que desfiguram a jornada de trabalho e interferem na remuneração dos médicos federais. Em todos os estados, médicos contratados pela União, por meio do Ministério da Saúde e de outras pastas, deverão parar por 24 horas.
A MP adota tabela de 40 horas com os valores da tabela de 20 horas, hoje em vigor. Com isso, os médicos terão seus salários reduzidos em 50%. Embora fixe um fator de compensação correspondente à diferença entre o salário antigo e o da nova tabela, serão descontados reajustes regulares e adicionais de progressão. A medida vai afetar também aposentados e pensionistas.
Segundo o Conselho Federal de Medicina, a medida desconsidera legislação de 1961 que determina uma carga horária semanal de 20 horas para médicos, diferente dos demais servidores, cuja carga é de 40 horas. O texto também não leva em conta a Lei 9.436, de 1997. Essa lei permite que os médicos que já trabalham 20 horas solicitem outras 20 horas, ficando com um total de 40 horas semanais e estendendo integralmente tal benefício à aposentadoria e às pensões.
A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) estima que em todo o país 49 mil médicos alocados no serviço federal, ativos e inativos, sejam afetados com a medida.