GM anuncia segundo programa de demissões voluntárias em um mês

Medida anunciada em São José dos Campos é dirigida também à unidade de São Caetano, no ABC paulista. Sindicato critica redução de imposto que não repercute na proteção do emprego

São Paulo – A General Motors de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, a 100 quilômetros da capital paulista, anunciou hoje (22) a abertura de um novo programa de demissão voluntária (PDV), que se estende também à fábrica de São Caetano do Sul, na região do ABC. É a segunda vez só em junho que a empresa adota essa medida. A informação é do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região. Segundo a entidade, ao primeiro PDV aderiram 186 trabalhadores.

Os trabalhadores da produção têm até 2 de julho para aderir ao programa. Pelos cálculos do sindicato, em um ano, a GM fechou 2 mil postos de trabalho nas duas fábricas. Segundo nota da entidade, o PDV é “desnecessário, porque não existe mão de obra excedente na fábrica e as vendas do setor automotivo tiveram um significativo crescimento após a redução do IPI concedido pelo governo federal”. O sindicato afirma ainda que os trabalhadores que continuarem na fábrica estarão ainda mais sobrecarregados.

Os representantes dos trabalhadores procuraram a prefeitura de São José dos Campos, na expectativa de que o poder público municipal interviesse para reduzir as demissões, mas não obteve compromisso do secretário de Relações do Trabalho de São José dos Campos, Ricardo Dinelli, conforme informou o sindicato.

Na tentativa de garantir e ampliar postos de trabalho, o Sindicato dos Metalúrgicos também propôs à GM, além da manutenção dos empregos, produção de 100% do Classic na fábrica de São José, nacionalização da produção dos veículos trazidos do exterior, volta da fábrica de caminhões, reabertura do segundo turno do MVA – responsável pela fabricação dos veículos Corsa, Zafira e Meriva – e reintegração dos demitidos.

“A montadora está usando o dinheiro conseguido com a redução de impostos para financiar as rescisões”, alegou o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros.

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