Bancários vão cobrar explicações de Santander sobre futuro do banco

Reunião entre sindicalistas e presidente do banco ocorre nesta quarta-feira (6)

São Paulo – Representantes dos trabalhadores bancários se reúnem amanhã (6) com o presidente do Santander Brasil, Marcial Portela. A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, e Rita Berlofa, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e da Afubesp (associação que representa funcionários e aposentados do grupo Santander Banespa) vão questionar Portela sobre a situação do banco, após notícias de possível venda da subsidiária brasileira do banco espanhol. “Queremos obter informações sobre a real situação do banco, sobretudo diante da crise financeira da Espanha, bem como as medidas que estão sendo tomadas e o impacto sobre a atuação da instituição no Brasil”, disse Cordeiro, em nota da Contraf.

Para Juvandia, a crise financeira internacional não pode ser um pretexto para aumentar ainda mais a concentração do sistema financeiro nacional. “Repudiamos a concentração bancária. Hoje os seis maiores bancos detêm 81% dos ativos e 83% das operações de crédito. Em 1999, esse número era bem diferente: os seis maiores bancos detinham 59% dos ativos e 50% das operações de crédito.” Segundo a dirigente, essa concentração é prejudicial a consumidores, empresas e trabalhadores.

A sindicalista aponta que tão grave quanto a concentração no setor é a redução dos empregos. Ela lembrou que a fusão entre Itaú/Unibanco causou a demissão de quase 7 mil trabalhadores e a operação que uniu Santander e Real levou ao corte de 3 mil bancários.

Os bancários também pediram esta semana audiências ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ao Banco Central para discutir o tema.

Encontro com a presidenta

O presidente do Conselho do Santander, Emilio Botín, esteve hoje (5) no Palácio do Planalto com a presidenta Dilma Rousseff. O encontro foi fechado e Botín não conversou com jornalistas à saída da reunião, mas foi possível apurar que eles trataram dos investimentos da empresa espanhola no Brasil e de um congresso de educação a ser realizado em julho no Rio de Janeiro que terá o patrocínio do banco.

Ontem, Botín esteve presente também ao almoço de Dilma com o rei da Espanha, Juan Carlos I. Ele assegurou na ocasião que o Santander não está no grupo de bancos espanhóis que precisam ser capitalizados, que manteve os investimentos no Brasil e que não aceitará propostas de venda, como as que foram aventadas pelo Banco do Brasil, Bradesco e Itaú. “Na Espanha não há crise financeira. Na Espanha, há três ou quatro caixas, instituições, que têm necessidades financeiras, que precisam de ajuda pública e é uma situação excepcional”, disse o executivo à agência Reuters.

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