Greve de servidores públicos federais chegará a 90% de adesão, diz sindicalista

São Paulo – O movimento grevista dos servidores públicos federais recebeu adesão de novas categorias esta semana e deve chegar ao auge por volta do dia 26, com a paralisação […]

São Paulo – O movimento grevista dos servidores públicos federais recebeu adesão de novas categorias esta semana e deve chegar ao auge por volta do dia 26, com a paralisação de 90% dos trabalhadores. A informação é do diretor-executivo da CUT Pedro Armengol, coordenador do setor público na central sindical e dirigente também da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).

Professores de 55 universidades federais estão em greve desde 17 de maio. Trabalhadores técnico-administrativos do setor paralisaram as atividades na segunda-feira (11) e os de escolas técnicas na quarta (13). Profissionais da área do fisco estão em operação padrão, e no Judiciário os servidores iniciam a partir da próxima quinta (21) paralisação de 48 horas. “Até 26 de junho, 90% da categoria estará parada”, disse Armengol.

Na opinião do sindicalista, a decisão da categoria por greve geral, a partir da próxima segunda-feira (18), é reflexo de “desgaste” na negociação com o governo. “É preocupante a qualidade da interlocução com o governo federal”, afirmou. A greve foi aprovada no início do mês por mais de 300 representantes sindicais de 20 estados, durante assembleia da categoria em Brasília. Os servidores também marcharam pela Esplanada dos Ministérios.

Após 120 dias de negociações, sem avanços, Armengol critica exigências dos representantes do governo de não negociar durante a greve. “O secretário de Relações do Trabalho não fez discussão de mérito, sobre reajuste salarial, e também é preocupante quando se diz que não há negociação em greve. É autoritarismo”, criticou. “É uma postura equivocada.”

Além de reajuste salarial, os servidores públicos federais de diversos setores cobram a reestruturação das carreiras antes da realização de novos concursos públicos e protestam contra a Medida Provisória 568, de 2012, em tramitação no Congresso Nacional, que propõe mudança no cálculo dos adicionais de insalubridade e de periculosidade, além de alterar a carga horária de médicos e outras categorias que possuem jornada estabelecida em lei. A categoria reclama ainda a falta de definição de uma data-base.