Metroviários de São Paulo entram em greve a partir da zero hora desta quarta

São Paulo – Terminou sem acordo a audiência de conciliação realizada na tarde de hoje (22) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) entre representantes da Companhia do Metropolitano (Metrô) e […]

São Paulo – Terminou sem acordo a audiência de conciliação realizada na tarde de hoje (22) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) entre representantes da Companhia do Metropolitano (Metrô) e do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. Com isso, os trabalhadores decidiram em assembleia entrar em greve por tempo indeterminado a partir da zero hora de amanhã (23). Outra assembleia, às 12h, vai avaliar o movimento. Os ferroviários das linhas 11-Coral (Luz/Estudantes) e 12-Safira (Brás/Calmon Viana) da Companhia Paulista de Trens Metroplitanos (CPTM) também decidiram cruzar os braços nesta quarta.

Os metroviários, com data-base em 1º de maio, querem aumento real de 14,99%, além da reposição salarial com base no Índice do Custo de Vida (ICV)-Dieese acumulado, calculado em 5,37% em 12 meses, até abril. Durante a audiência, o governo estadual apresentou proposta de aumento real de 1,5% e reposição de 4,15% (IPC-Fipe). A paralisação atinge todo o efetivo e só não afetará a linha 4-Amarela.

A desembargadora Anelia Chum, do TRT, determinou que seja mantida a circulação de 100% dos trens no horário de pico, entre 6h e 9h e entre 17h e 20h. Nos demais horários, deve ser mantida circulação de 85% das composições. O tribunal fixou multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento. Também proibiu a liberação da catraca, como propunham os funcionários. “Vamos deixar que as coisas aconteçam a seu próprio passo. Não quero ficar dizendo muito, mas há necessidade de o Executivo ir para a mesa conversar”, afirmou a desembargadora, em conversa com jornalistas após a audiência.

O tribunal propôs a criação de uma comissão entre a empresa e os metroviários para discutir com profundidade outros pontos da pauta de reivindicações da categoria, como a questão da participação de lucros ou resultados (PLR) igualitária, equiparação de salários entre os funcionários e a mudança no horário dos metroviários que entram no serviço em horários sem transporte público, pela madrugada.

Houve impasse também sobre o aumento do vale-alimentação e vale-refeição. A empresa aceita conceder o benefício de alimentação de R$ 158,97 ao mês, enquanto os metroviários (que pediam R$ 280) defendem R$ 218. Para o vale-refeição, foi proposto valor diário de R$ 21, ante os R$ 25 pleiteados pelo sindicato – a juíza sugeriu uma proposta intermediária, de R$ 23.

A companhia recusou-se a conceder um aumento do adicional de risco – atualmente, 10% do salário nominal – para seguranças e funcionários das estações, por entender que já houve investimento o suficiente na infraestrutura para garantir a segurança dos funcionários. A categoria pleiteia o aumento do percentual para 30%, mas já aceita um meio-termo proposto pela presidência do TRT: 15%.

Ferroviários

 
Os ferroviários querem aumento de 7,05%, além de tíquete refeição no valor de R$ 21,50. A proposta da CPTM é de reajuste de 6,17% e tíquete-refeição de R$ 19,50. As negociações com a CPTM começaram em março e passaram a ser intermediadas pela Justiça do Trabalho em maio.
 
Nesta tarde, os ferroviários das linhas 7 e 10 realizam assembleia para também discutir uma possível paralisação. 

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