TRT suspende eleição convocada pela Força no Sindicato dos Gráficos de São Paulo

São Paulo – A Justiça do Trabalho suspendeu na sexta-feira (13) eleição convocada por militantes da Força Sindical que tomaram a sede do Sindicato dos Gráficos de São Paulo em […]

São Paulo – A Justiça do Trabalho suspendeu na sexta-feira (13) eleição convocada por militantes da Força Sindical que tomaram a sede do Sindicato dos Gráficos de São Paulo em agosto de 2011 e administram a entidade desde esse período. O processo eleitoral estava marcado para hoje (17), amanhã (18) e quinta-feira (19). Uma reunião para discutir a realização do pleito está marcada para a tarde de hoje, na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, na capital paulista. Devem participar representantes da Força Sindical e da CUT.

A ação atende a um mandado de segurança impetrado pelo articulador da chapa ligada à CUT, Manoel de Almeida. Os trabalhadores da chapa tiveram registro impugnado pelos militantes que atuam ilegalmente na sede da entidade sindical e recorreram à Justiça. A ação foi indeferida em primeira instância e revertida pelo TRT, que concedeu liminar suspendo a eleição.

De acordo com o presidente do sindicato, Marcio Vasconcelos, o conselho eleitoral responsável pelo pleito é composto pelo mesmo grupo de militantes da Força que tomou à força a sede do sindicato em 13 de agosto de 2011. Naquele dia, os trabalhadores decidiriam em assembleia pela desfiliação do sindicato da Força Sindical e filiação à CUT.

Um grupo de homens da Força impediu a reunião e ameaçou Vasconcelos. Em 29 de agosto, a Força invadiu a sede do Sindicato dos Gráficos e mantém a administração da entidade há quase oito meses. “A entidade está a maior bagunça, não tem administração”, afirma o presidente, que desde então é impedido de entrar na sede do sindicato. Vasconcelos acompanha a categoria em negociações e assembleias, mas não pode entrar na sua sala para trabalhar.

Ainda segundo Vasconcelos, o grupo tentou afastá-lo compulsoriamente em dezembro, com uma ata assinada por alguns diretores retirando-o da gestão do sindicato. Ele afirma que a iniciativa não tem respaldo legal. “O sindicato está efetivamente tomado por um grupo paramilitar”,  disse Vasconcelos.

Com base na liminar, ele pretende refazer todo o processo eleitoral, “de forma democrática”, em no máximo 30 dias. “É um grande prejuízo para o trabalhador. Quando assumimos, em 2007, foi um grande drama regularizar o banco de horas da categoria e conseguir o cumprimento da convenção coletiva. Foi muito difícil colocar os patrões nos eixos, mas depois da tomada da entidade, em agosto, recebemos reclamações constantes de descumprimento de legislações trabalhistas.” A disputa, disse Vasconcelos, “é uma oportunidade de colocar democracia no processo eleitoral sindical”.

 

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