Professores criticam ‘retrocesso’ da Fiesp e impasse na negociação salarial

 São Paulo – A negociação entre professores do sistema Sesi/Senai, ligado à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), retrocedeu esta semana com “imposições” da entidade patronal, segundo […]

 São Paulo – A negociação entre professores do sistema Sesi/Senai, ligado à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), retrocedeu esta semana com “imposições” da entidade patronal, segundo análise do presidente da Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp), Celso Napolitano. “A Fiesp recebe dinheiro público, 1,5% de toda a folha de pagamento das indústrias do estado. É injustificável o que querem impor”, afirmou.

Negociadores da Fiesp mudaram a proposta apresentada na semana anterior e aprovada em assembleia pelos professores no dia 3, que incluía reajuste de 8% na data-base (1º de março), aumento no vale-refeição de R$ 18 para R$ 20 e estudar uma forma de corrigir a diferença salarial entre professores do ensino fundamental e ensino médio. “Nosso pleito é bastante razoável. Não queremos a resolução da diferença salarial entre professores do ensino básico I e do ensino médio, que chega a 66,83%. Queremos um planejamento, um horizonte para que isso ocorra, inclusive ao longo de anos, não imediatamente”, disse Napolitano.

Em reunião na última segunda-feira (9), de acordo com relato dos sindicalistas, a Fiesp reconheceu a defasagem de salários do ensino básico, mas recuou na decisão de propor uma comissão para discutir o problema.

Os professores pediram uma mesa-redonda na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), na terça-feira (10), e ouviu uma nova proposta, ainda pior, de aumento de 5,47% referentes à reposição da inflação, medida pelo INPC-IBGE, em 12 meses, até fevereiro. “Os negociadores da Fiesp deixaram uma fresta de diálogo: poderiam analisar a volta da proposta de 8% de reajuste e vale-refeição de R$ 20 se os professores desistirem da formação de uma comissão para debater diferenças salariais”, disse Napolitano.

O dirigente avalia que a negativa de mediação externa da Fiesp criou um “impasse inexplicável” nas negociações. “A Fiesp disse que quer negociar à exaustão, mas o que ela apresenta é uma imposição.” Napolitano aguarda reabertura das negociações nos próximos dias “com diálogo e não imposição”. A expectativa é que a recuperação de um dos negociadores da Fiesp, afastado por problemas de saúde, melhore a situação e resolva o problema.

Os professores de educação básica (da educação infantil ao ensino médio) das escolas particulares também vivem dilema na negociação coletiva. O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp) propõe reajuste de 5,6%, o que resultaria em aumento real (acima da inflação) de 0,3%, que foi recusado pelos professores. “As cláusulas sociais caminham bem, mas o que se oferece é descabido porque as mensalidades subiram 10% e se fala em calmaria no setor, com redução da inadimplência e aumento no número de matrículas”, argumentou Napolitano.

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