Trabalhadores de Belo Monte param em protesto contra morte de operário

São Paulo – Os trabalhadores do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) entraram em greve hoje (29). O movimento começou ontem (28), após a morte do operador de motosserra Orlando Rodrigues […]

São Paulo – Os trabalhadores do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) entraram em greve hoje (29). O movimento começou ontem (28), após a morte do operador de motosserra Orlando Rodrigues Lopes, vítima de acidente no canteiro de obras Canais e Diques do Programa de Aceleração do crescimento (PAC) em Altamira (PA). Os trabalhadores já vinham se mobilizando por aumento de salários e melhores condições de trabalho. 

Hoje, o movimento se estendeu para os demais canteiros, segundo o Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS), um coletivo de organizações, movimentos sociais e ambientalistas da região da hidrelétrica de Belo Monte. De acordo com os operários, apesar das greves e pressões realizadas no ano passado, que levaram a empresa a assinar o acordo coletivo, nada mudou, ao contrário, as condições de trabalho pioraram. As principais reivindicações são aumento salarial, redução dos intervalos entre as baixadas (visita dos trabalhadores a suas famílias) de seis para três meses, o não rebaixamento do pagamento e melhoria na alimentação. 

O trabalhador morto prestava serviços para o CCBM, era contratado pela empresa terceirizada Dandolini e Peper e trabalhava na derrubada de árvores. Os operários relatam que faltam equipamentos de proteção individual, sinalização e principalmente fiscalização.

Um dos operários relata que a greve “ia estourar no começo de março, quando receberam os salários e viram que foram cortadas as horas “in itinere (de deslocamento)”. O pagamento teria ocorrido numa discoteca local. “Ficam 5 mil trabalhadores numa fila enorme, entra de seis em seis (no escritório provisório). É muito inseguro, eles dão o dinheiro na nossa mão. Conheço três que foram roubados logo que saíram de lá”, disse o trabalhador.