Trabalhadores das usinas do Rio Madeira pedem mudanças nos contratos

Operários planejam enviar carta à presidenta pedindo atenção do governo para os casos de violação dos direitos humanos nas obras de usinas hidrelétricas no Brasil

São Paulo – Em audiência pública realizada hoje (30) em Porto Velho, capital de Rondônia, promovida pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), trabalhadores das empresas terceirizadas que atuam na construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, pedem mudanças nas condições de trabalho oferecidas e reivindicam modificações nos contratos. Eles denunciam abandono por parte das empresas, que, em processo de finalização da obra, decretam falência para que se livrem do pagamento de direitos ou de oferecer garantias trabalhistas aos empregados.

“Hoje mesmo teve um trabalhador que veio até aqui, chegou com os pés inchados pois nao conseguiu carona e esta sem ajuda nenhuma. Esquecido”, denunciou Maria Osânia, coordenadora regional da CPT de Rondônia. Ela revelou que muitas empresas terceirizadas, com a aproximação do final das obras, abrem processo de falência, deixando os trabalhadores abandonados à própria sorte.

A coordenadora da CPT diz que será confeccionada uma carta relatando a situação de trabalho nas usinas e será entregue à presidenta Dilma Roussef nos próximos dias. “A nossa luta é para conseguir colocar uma cláusula no contrato com as grandes empresas para que se responsabilizem pelos trabalhadores. Senão vai acontecer como em Belo Monte e se repetirá em outras tantas usinas. Todas elas são obras do PAC. São obras de responsabilidade do governo”, ressaltou.

Situação crítica

Nesta semana, um trabalhador do canteiro de obra da usina de Belo Monte, no Pará, morreu vítima de um acidente de trabalho. Os operários, que já vinham se mobilizando por aumento de salários e melhores condições de trabalho, resolveram paralisar as obras. As usina de Jirau e Santo Antônio estão com seus trabalhos paralisados desde o início do mês, também por melhores condições e pelo cumprimento de acordos.

Hoje, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 14ª Região realiza audiência de conciliação com os sindicatos dos trabalhadores e as empresas encarregadas da construção das hidrelétricas do Rio Madeira.

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