Servidores de Curitiba excluídos de projeto do prefeito entram em greve

Proposta de redução da jornada de 40 para 30 horas semanais deixa de fora algumas categorias ligadas à saúde

São Paulo – Os funcionários municipais de Curitiba fazem greve pela inclusão de 39 categorias de servidores em projeto apresentado pelo prefeito da cidade, Luciano Ducci (PSB), que propõe a redução da carga horária de 40 horas para 30 horas semanais aos profissionais da saúde. O Executivo justifica a medida alegando que o trabalho é feito sob condições estressantes. Categorias como farmacêuticos, biólogos e nutricionistas foram excluídos do projeto e iniciaram o movimento na segunda-feira (5).

A matéria – que prevê a redução da jornada, mas não dos salários – passa por uma primeira votação nesta terça-feira (6), na Câmara Municipal da capital paranaense. Um grupo de manifestantes deve aguardar o fim dos trabalhos parlamentares, em frente ao prédio da Prefeitura.

De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos de Curitiba (Sismuc), a paralisação envolve cerca de 300 trabalhadores das categorias não contempladas com a redução da jornada estão em greve desde ontem (5). Eles pedem que Ducci reveja o texto e inclua emenda que garanta a carga horária sem diferenciações.

O prefeito – que se manifestou na imprensa dizendo que os funcionários “excluídos” não trabalham diretamente na área da saúde – afirma que só deve conversar com as categorias isoladamente a partir de fevereiro do próximo ano.

À Rede Brasil Atual, a assessoria do sindicato dos servidores acusou Ducci de discriminação aos profissionais, uma vez que não apresentou justificativas para a exclusão no texto que será votado. Outra reclamação é que a data anunciada pelo prefeito para diálogo – em fevereiro – dificulta que medidas efetivas sejam tomadas ainda no mandato de Ducci, por conta da proximidade das eleições municipais. Para os trabalhadores a medida é proposital e pretende deixar a decisão para o próximo prefeito, só em 2013.

“Ducci, que é médico, deveria olhar o descritivo de função dos farmacêuticos, biólogos, nutricionistas e outros pra ver que eles trabalham na área da saúde e não devem ser discriminados”, disse Marcela Bomfim, presidenta do Sismuc. Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, técnicos em higiene dental e auxiliares de consultório dentário estão entre os trabalhadores que terão suas jornadas reduzidas, caso o projeto seja aprovado.

Os principais procedimentos paralisados em Curitiba são recebimento e análise de exames e outras atividades laboratoriais.

Outro texto, que acaba com a isonomia no funcionalismo público e com a data-base como parâmetro para a negociação salarial foi aprovado pelos vereadores da base aliada ao prefeito na última semana, com previsão de segunda votação entre 12 e 15 de dezembro. As movimentações na Câmara Municipal curitibana sobre o tema também devem ser acompanhadas pelo Sismuc, que não afasta a possibilidade de uma greve de todas as categorias.

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