Negociador do governo federal com servidores públicos morre em Brasília

Com origem no movimento sindical, Duvanier Paiva Ferreira ocupava o posto desde 2007, ainda no governo Lula, e foi mantido por Dilma.

Duvanier Paiva Ferreira, secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, foi diretor da CUT em São Paulo (Foto: Ilkens Souza/divulgação)

São Paulo – Duvanier Paiva Ferreira, que ocupava a Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, morreu na madrugada desta quinta-feira (19), em Brasília, vítima de um infarto agudo do miocárdio. Ele chegou a ser levado ao Hospital Planalto, na Asa Sul da capital, mas não pôde ser reanimado. Responsável pelas negociações com servidores públicos, Duvanier teve trajetória marcada pela militância no movimento sindical.

Ele completaria 57 anos no próximo dia 6 de fevereiro e deixa a mulher, Cássia Gomes, e quatro filhos, com idade de 13 a 27 anos. Nascido em São Paulo, Duvanier foi vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no estado (SindSaúde/SP) e diretor da Central Única dos Trabalhadores paulista (CUT-SP). Durante a gestão de Marta Suplicy na prefeitura da capital paulista, chefiou o gabinete da Secretaria Municipal de Gestão Pública, em 2003 e 2004.

Pela proximidade com o movimento social, foi encarregado de conduzir as negociações com o funcionalismo federal a partir de 2007, primeiro ano do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele estabeleceu um processo de conversas com sindicatos chamado de Mesa Nacional de Negociação Permanente. Isso facilitou o diálogo, mas não evitou atritos, acirrados a partir de 2011, já no governo da presidenta Dilma Rousseff, em decorrência do contingenciamento de verbas adotado pelo governo federal para fazer ajuste fiscal.

Em entrevista concedida no dia 12 ao jornal Valor Econômico, Devanier previa discussões ainda mais duras em 2012. Enquanto sindicalistas já cogitavam greve geral por reajuste nos salários, Devanier afirmava que não haveria concessões pela proximidade com a eleição municipal, apesar do primeiro ano difícil de governo Dilma na relação com os servidores.

Durante seus quatro anos no posto, ele também contribuiu para a aprovação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que garante o direito à negociação coletiva entre servidores públicos e governo. No período, ainda participou da reestruturação de carreiras em 2007 que trouxe ganhos financeiros a 1,2 milhões de trabalhadores.

Em nota, o SindSaúde-SP manifestou pesar pela morte do sindicalista. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, além de se solidarizar com parentes e amigos, define o secretário de Recursos Humanos como um “profissional incansável”, defensor da democratização nas relações de trabalho e “promotor do diálogo”.

A presidenta Dilma Rousseff também divulgou nota, destacando a trajetória política destacada de Duvanier, tanto no movimento sindical como no governo, “em defesa da democracia e da justiça social no Brasil”.

O corpo, que foi velado no Campo da Esperança, será trasladado para São Paulo em avião da Força Aérea Brasileira. O sepultamento ocorrerá na sexta (20) à tarde, no Cemitério de Congonhas.

 

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