Construção civil tem emprego recorde, mas informalidade supera

De janeiro a outubro, foram registrados 3,14 milhões de empregos com carteira assinada. Mais 4,7 milhões estão na informalidade

São Paulo – O setor de construção civil está em crescimento no país, por conta não apenas das grandes obras esportivas, da Copa 2014 e das Olimpíadas de 2016, mas também pelas de infraestrutura previstas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). O ano de 2011 registra, de janeiro a outubro, 3.144.102 empregos com carteira assinada, subdivididos em 1.602.446 no Sudeste; 661.513 no Nordeste; 438.696 no Sul; 248.079 no Centro-Oeste e 193.368 no Norte. O total representa recorde de emprego na categoria, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Fenatracop). A perspectiva de geração de emprego para 2012 é melhor ainda dos que as 314 mil contratações de 2011 (janeiro a outubro).

Para a federação, apesar dos avanços, é impossível deixar de se preocupar com o aumento dos acidentes de trabalho e da informalidade. “Para os 3,1 milhoes registrados temos mais 4,7 milhões na informalidade, desprotegidos”, explica.

Segundo o presidente da entidade, Wimar Gomes dos Santos, as indústrias da construção civil, especialmente da construção pesada, não mostram muita preocupação com a crise internacional. O setor anunciou que projeta crescimento de 4,8% para 2011 e de 5,2% para 2012″, disse.

A projeção de crescimento é baseada no aumento do crédito imobiliário neste ano, entre 30% e 40%. “O programa Minha Casa, Minha Vida ainda terá milhares de unidades a serem entregues e também temos as obras de infraestrutura da Copa e das Olimpíadas, que devem ser aceleradas no ano de 2012”, exemplificou Santos.

Para o sindicalista, o crescimento da luta dos trabalhadores da construção, principalmente da construção pesada e da montagem industrial, acompanha o desempenho da indústria. “Todos os acordos coletivos na construção pesada tiveram a recuperação da inflação e mais ganhos reais entre 1,3% e 6,29%.”

Os pisos salariais dos ajudantes e serventes não qualificados também ficaram acima das
médias históricas da categoria. “No ano passado, o piso era balizado pelo salário mínimo (R$ 545), mas em 2011, por conta de greves, negociações e mobilizações em todo o pais o menor piso conquistado foi de R$ 560 em Mato Grosso e o maior, de R$ 968, em São Paulo.

O menor piso negociado para pedreiro ou oficial foi de R$ 728 em Mato Grosso e o maior, de R$ 1.179,90, no Rio de Janeiro.

Em relação aos salários, Santos frisa que é preciso combater a desigualdade entre as regiões do pais. “Temos de aumentar os salários dos trabalhadores do Norte e Nordeste, que ganham em torno de 38% dos do Sul e Sudeste.