Médicos do SUS estão parados em hospitais de 19 estados

Exames, consultas e cirurgias serão remarcados. Categoria afirma que movimento é 'a favor da saúde' ao reivindicar piso salarial maior e melhores condições de trabalho

No Rio de Janeiro, houve apenas protesto que teve, como alvo, o prefeito Eduardo Paes (Foto: © Newsfree FolhaPress)

São Paulo – Os serviços de consultas, cirurgias e exames marcados na rede pública foram interrompidos em 19 estados do país nesta terça-feira (25), segundo a Federação Nacional dos Médicos (Fenam). O protesto é por valorização dos salários e melhorias nas condições de trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS).

Os estados por onde o movimento se estende são Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Rio Grande do Norte, Sergipe, Rio Grande do Sul, Acre, Alagoas, Pará, Ceará e Amazonas. No Piauí, a categoria decidiu por uma paralisação de três dias. Os serviços de emergência estão mantidos, segundo a federação.

No Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Roraima, Tocantins e Santa Catarina devem ser feitas manifestações ao longo do dia. Alguns hospitais paulistas – como Emílio Ribas, Hospital do Servidor Estadual e no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – suspenderam o atendimento por uma hora.

A categoria, cujos ganhos médios variam de R$ R$ 723,81 a R$ 4.143,67, conforme o estado, pede a adoção do piso salarial da Fenam, atualmente de R$ 9.188,00 para jornada de 20 horas semanais, além de um plano de carreira. Em São Paulo, o vencimento básico do médico da rede pública é de R$ 414,30 mensais para jornada de 20 horas semanais, e pode chegar a R$ 1.559,24 se somados gratificações e plantões.

Para o 2º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá Miranda, o movimento deve também interessar o público em geral, por visar a acabar com a precariedade do sistema de saúde. “Todos os atendimentos serão remarcados. Queremos dizer à população que o movimento é a favor da saúde”, apontou Tibiriçá. O movimento tem coordenação da Comissão Pró-SUS, composta por representantes do CFM, da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Fenam.

Em protesto, os profissionais da capital paulista devem denunciar a situação em ato público na Câmara Municipal e, em seguida, participar de audiência na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de São Paulo, que deve discutir estratégias para a defesa do SUS.

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