Ministra defende direito à greve nos Correios

Mas Miriam Belchior, do Planejamento, destacou que ao entrar em greve o trabalhador precisa considerar o não recebimento dos dias parados

São Paulo – A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, disse nesta terça-feira (11) não considerar “errada” a greve dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, que dura 28 dias. O dissídio coletivo será julgado nesta tarde pelo Tribunal Superior do Trabalho. A sessão começou pouco depois das 16h.

Embora tenha classificado a paralisação como um direito dos servidores, a ministra destacou que os grevistas precisam entender que greve não é férias e que o não recebimento pelos dias parados é algo a ser considerado antes de se optar pela greve.

“Vai ser difícil alguém que seja de um governo do PT dizer que essa greve está errada. O que acreditamos é que eles [os trabalhadores] estão exercendo um direito que é deles, e o governo tem uma posição a respeito dos limites que hoje temos, tanto do ponto de vista fiscal como do ponto de vista de controle da inflação e aumento de salários”, disse Miriam, depois de audiência pública na Câmara dos Deputados.

“O [ex] presidente Lula sempre dizia isso. Greve não é férias. Quando você decide fazer greve assume também a consequência de não receber ou de ter de repor isso de alguma maneira”, acrescentou. A ministra admitiu que, no entanto, a população acaba pagando o preço pelo impasse. “Evidentemente que isso tem impacto na população. Mas o Judiciário tem estabelecido atendimento mínimo, pelo menos para alguns dos setores”, disse.

Impasse

Uma última reunião foi realizada no final da tarde de segunda (10), no TST, com o ministro Maurício Godinho Delgado, relator do processo, a federação da categoria (Fentect) e a empresa. Sem acordo, o julgamento foi confirmado. Na semana passada, também não houve entendimento em duas audiências. Na primeira delas, o comando nacional de greve chegou a aceitar uma proposta, que, no entanto, foi rejeitada pelas assembleias.

Na audiência de sexta (7), o presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen, apresentou proposta de acordo prevendo reajuste de 6,87% na data-base (1º de agosto), abono imediato de R$ 800 e aumento real de R$ 60 a partir de janeiro. O impasse permaneceu em relação aos dias parados. Seis dias de greve, que já foram descontados nos salários de setembro, seriam devolvidos de imediato e descontados em 12 vezes a partir de janeiro. Os demais dias seriam compensados. 

Com informações da Agência Brasil