Com 8,5 mil agências paradas, bancários veem greve como a maior em 20 anos

São Paulo – A greve nacional dos bancários completou seu nono dia como a mais forte dos últimos 20 anos. A categoria fechou 8.556 agências de bancos públicos e privados […]

São Paulo – A greve nacional dos bancários completou seu nono dia como a mais forte dos últimos 20 anos. A categoria fechou 8.556 agências de bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal, na quarta-feira (5), superando o pico da greve do ano passado, quando os trabalhadores pararam 8.278 unidades em todo país.

O balanço foi feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a partir dos dados enviados pelos sindicatos até as 19h.

Os bancários entraram em greve no dia 27 de setembro, após a rejeição da proposta de reajuste de 8% apresentada pela Fenaban – já na quinta rodada de negociações. O índice equivale a 0,56% de aumento real, considerado insuficiente pelo Comando Nacional da categoria, que rejeitou a proposta e indicou a deflagração da greve nas assembleias em todo o país.

“É uma situação que só está se alongando por causa dos banqueiros”, afirma Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato. “Nossa paralisação começou após um mês e meio e cinco rodadas de negociação em que os negociadores da federação dos bancos disseram não a todas as reivindicações da categoria. Para um setor que viu o lucro crescer 20% só nos primeiros seis meses do ano, foi uma provocação que os bancários responderam à altura, com a greve.”

Os trabalhadores reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais inflação do período), valorização do piso, maior participação nos lucrous ou resultados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade nos postos de trabalho, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança para bancários e clientes, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento dos clientes e inclusão bancária sem precarização, dentre outros itens.

Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, afirma que a força da greve é sinal da insatisfação dos trabalhadores e da intransigência com que o setor patronal trata as reivindicações da categoria. A Fenaban se recusa a retomar o processo de negociações e os bancários vão permanecer mobilizados até que os banqueiros ‘se mexam’ e resolvam repartir o estrondoso lucro construído pelo trabalho dos seus funcionários”, ressalta.

Juvandia reitera as afirmações de Cordeiro. “A greve continuará crescendo se os bancos insistirem em não dialogar com a categoria e não apresentarem proposta decente, que atenda as justas reivindicações dos bancários”.

Ainda não há previsão de novas assembleias para definir o rumo da greve dos trabalhadores do ramo financeiro.

Carta

Assembleia organizativa realizada na tarde da quarta-feira pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região decidiu propor ao Comando Nacional enviar carta à presidenta Dilma Rousseff cobrando que os bancos públicos negociem as questões específicas. O Banco do Brasil está entre as instituições que mais tem resistido a aceitar como legítimo o direito de greve, segundo os sindicalistas. Mas o documento deve trazer críticas também à condução da Caixa Econômica Federal.

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