Metalúrgicos da GM decidem rumos da mobilização em assembleia no sábado

A categoria realizou greve por um dia no interior de SP e promete intensificar as paralisações, caso a bancada patronal não melhore as propostas

Trabalhadores irão decidir em assembleia sobre propostas do setor patronal (Foto: Divulgação/Sindicato dos Metalúrgicos de S. José dos Campos)

São Paulo – Os metalúrgicos que reivindicam aumento salarial em São José do Campos (SP), a 115 quilômetros da capital, se reúnem em assembleia neste sábado (10) para definir os rumos das mobilizações. Cerca de 9 mil trabalhadores da General Motors realizaram paralisação durante 24 horas na última terça-feira (6), e prometem cortar a produção e intensificar a greve ante a ausência de propostas satisfatórias por parte da empresa.

Em campanha salarial, os metalúrgicos pedem 17,45% de reajuste, e também ampliação das cláusulas sociais e direito à organização sindical. As empresas propuseram índice de 9,4%, mais 2% de aumento real a partir de novembro, além do abono de R$ 2 mil. As negociações seguem nesta sexta-feira (9), mas segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, não há acordo. Procurada pela Rede Brasil Atual, a GM não se posicionou sobre o assunto.

São 40 mil metalúrgicos na base do sindicato em mobilização nas 926 empresas da região (que também inclui Jacareí, Caçapava, Santa Branca e Igaratá). No ano passado, os metalúrgicos fecharam acordo de 9%.

Além das montadoras, os grupos de autopeças, fundição e trefilação também estão em estado de greve e ameaçam cruzar os braços dependendo do que for estabelecido em assembleia. A crise internacional é o motivo citado como entrave pela GM e outros grupos patronais.

Segundo o secretário-geral do sindicato, Luiz Carlos Prates, os trabalhadores não irão aceitar o discurso como argumento. “No último período o cenário foi de crescimento e de muita produção nas fábricas. Os trabalhadores vão exigir sua parte nesse bolo”, enfatizou.

No final de agosto, os trabalhadores da Volkswagen, Scania, Ford, Mercedes-Benz e Toyota na região do Grande ABC conquistaram reajuste salarial por dois anos com aumento real de 5%, além de reposição salarial, e abono. No mês de setembro, os metalúrgicos da região irão receber aumento de 10%, superando 2,55% a inflação, além da licença-maternidade de 180 dias.