Greve de bancários começa nesta terça em todo o país

Assembleias rejeitaram proposta da Fenaban, de 8% de reajuste

Assembleias realizadas em todas as regiões definiram os detalhes da paralisação (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

 

São Paulo – Bancários de todo o país iniciam greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (27). Assembleias realizadas nesta segunda (26) rejeitaram a proposta apresentada pelos bancos na última sexta-feira e definiram os detalhes da paralisação.

Após uma série de rodadas de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o Comando Nacional dos Bancários considerou insuficientes os 8% de reajuste oferecidos na semana passada e recomendou a rejeição da proposta. O índice representa apenas 0,56% de aumento real.

“Os bancos podem pagar mais. O lucro líquido dos sete maiores do setor, descontadas todas as despesas, cresceu quase 20% nos primeiros seis meses deste ano, chegando aos R$ 26,5 bilhões”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira. “Além do reajuste salarial, os bancos estão devendo muito nas contratações e na melhoria das condições de trabalho e de segurança da categoria.” Em São Paulo, foi marcada nova assembleia para esta quarta-feira (28), a partir das 16h.

Com data-base em 1º de setembro, os bancários reivindicam reajuste de 12,8% (inflação dos 12 meses anteriores mais aumento real de 5%), maior participação nos lucros ou resultados (a reivindicação é de PLR de três salários mais R$ 4.500), valorização do piso, fim da rotatividade, mais contratações, fim das metas abusivas e combate ao assédio moral, entre outros itens. A pauta foi entregue em 12 de agosto.

A greve irá estender-se tanto a bancos privados como públicos. No caso da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, não foram realizadas mesas de negociação na sexta (23). Enquanto a Caixa cancelou o encontro, o BB não chegou a marcar data para retomar as conversas. Ambos informaram que pretendem seguir os parâmetros definidos com a Fenaban.

Até as 21h45 da segunda-feira, aproximadamente 60 sindicatos haviam confirmado a aprovação da greve em suas assembleias.

Outras propostas

Banpará (PA) e Banrisul (RS) apresentaram propostas específicas em reuniões realizadas nesta segunda. Consideradas insuficientes, as propostas também foram rejeitadas. Os trabalhadores aderiram à greve geral da categoria.

 

Com informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região