Trabalhadores criticam aprovação de MP dos Correios na Câmara

Medida provisória concede autorização para explorar novos serviços, mas mudança não foi discutida com sindicatos. Questão vai ser apreciada pelo Senado

Plenária de votação da medida provisória 532/11 (Foto: Diógenes Santos/ Agência Câmara)

São Paulo – Sindicalistas da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect-CUT) cobraram diálogo com a direção da estatal a respeito das mudanças promovidas pela Medida Provisória nº 532/11, aprovada na terça-feira (23) pela Câmara dos Deputados. O texto amplia as áreas de atuação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) para permitir a exploração de serviços postais eletrônicos, financeiros e de logística integrada.

O secretário geral da Fentect, José Rivaldo da Silva, critica o discurso de “modernidade” empregado pelo governo para justificar as mudanças. Segundo ele, existe um déficit de 30 mil funcionários, além da necessidade de investimento em áreas operacionais.

“Queremos sim, aperfeiçoar a empresa, possibilitando a melhora na qualidade do serviço. Mas que isso seja feito com o envolvimento e a participação dos trabalhadores, pensando em garantias dos empregos e novos investimentos na própria infraestrutura dos Correios”, reivindica Rivaldo, segundo o site da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

A discussão na Câmara foi marcada por protestos de trabalhadores. A insatisfação dos funcionários quase provocou a suspensão da sessão depois de servidores da Câmara reclamarem terem sido atingidos por objetos jogados das galerias. O acesso foi limitado a 60 pessoas.

A proposta reestrutura os Correios dando à empresa forma semelhante a das sociedades anônimas, com conselhos fiscal e administrativo e outras instâncias decisórias. Também permite a criação de subsidiárias e que os Correios sejam sócios de outras empresas, inclusive no exterior.

Rivaldo informou que a federação solicitou à secretaria geral da Presidência da República um espaço de discussão para organizar ações e alternativas às medidas. O objetivo é assegurar os direitos dos trabalhadores. Umas das opções seria, segundo incorporar as preocupações dos sindicalistas ao acordo coletivo. “Nossa expectativa é que nenhum trabalhador venha sofrer as consequências de todas estas mudanças”, frisou.

Com informações da Agência Câmara

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