Petroleiros indicam paralisação nesta quinta-feira contra mortes na Petrobras

Em agosto, acidentes de trabalho vitimaram oito pessoas. FUP quer ação da empresa

São Paulo – Em protesto por mortes recentes de trabalhadores a serviço da Petrobras, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) organiza paralisação por 24 horas na próxima quinta-feira (25) para cobrar da estatal um debate sobre segurança no ambiente de trabalho. A entidade estima que a mobilização tenha a participação dos quadros de funcionários das refinarias e das termelétricas, além dos terceirizados.

No mês de agosto, segundo os sindicatos da categoria, oito pessoas morreram em decorrência de acidentes de trabalho. Para eles, a concentração de ocorrências evidencia a insegurança das instalações. Todos os funcionários eram vinculados a prestadoras de serviço terceirizados que, segundo os sindicalistas, recebem equipamento de proteção individual insuficiente, além de terem de executar as tarefas em condições piores.

Segundo nota da FUP, as propostas de mudanças na política de segurança têm sido “rotineiramente desprezadas” pelos representantes da estatal. “Só com mobilização constante conseguiremos alterar essa realidade e garantir um ambiente seguro de trabalho para todos”, diz o documento.

Os petroleiros defendem ainda a mudança da gestão de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS) que, segundo eles, coloca em risco a vida dos trabalhadores do sistema por subnotificar os acidentes, em vez de propor mudanças estruturais que tornem o ambiente mais seguro. A FUP, que pede um fórum sobre os temas que seja acordado com os sindicatos da categoria, informa não ter recebido respostas da diretoria.

“Enquanto isso, tragédias anunciadas se repetem, matando os trabalhadores que arriscam diariamente suas vidas para construir os recordes de produção e lucro da empresa. E os gerentes só se preocupam com os bônus que estes resultados poderão lhes render”, finalizou a nota da federação.

PLR

Em campanha por melhoras na Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), os petroleiros realizam frequentes mobilizações nas usinas e refinarias do país. Eles pedem 25% do valor dos dividendos distribuídos aos acionistas da empresa e organizam a campanha salarial deste ano que, além das cláusulas econômicas, contempla também uma série de reivindicações pelas condições de trabalho e segurança.

As bases dos sindicatos de petroleitos do Rio Grande do Norte, Ceará, Amazonas, Pernambuco/Paraíba, Espírito Santo e Minas Gerais se mostraram favoráveis, em assembleias, aos encaminhamentos da estatal em apresentar em até 30 dias uma proposta de regramento da PLR para a quitação de 2010.

Outra preocupação dos petroleiros diz respeito a um possível desinvestimento e reestruturação de ativos anunciado no plano estratégico de negócios da empresa até 2015. Os detalhes ainda não foram divulgados. Há previsão de aplicação de 95% dos investimentos nas atividades desenvolvidas no Brasil e 5% do exterior, com concentração no segmento de exploração e produção. Os trabalhadores querem a garantia da manutenção de seus empregos e o esclarecimento sobre os pontos do plano.

Leia também

Últimas notícias