Bancários abrem campanha na Caixa e no BB, que lucraram R$ 8,6 bi no primeiro semestre

São Paulo – Depois do setor privado, representado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o Comando Nacional dos Bancários entregou nesta quarta-feira (17), em Brasília, a pauta de reivindicações especifícia […]

São Paulo – Depois do setor privado, representado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o Comando Nacional dos Bancários entregou nesta quarta-feira (17), em Brasília, a pauta de reivindicações especifícia dos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, instituições que, somadas, tiveram lucro líquido de R$ 8,6 bilhões no primeiro semestre.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do comando, Carlos Cordeiro, o lucro “exorbitante” do BB é mais uma demonstração da necessidade de garantir mais direitos aos funcionários. “Se o Brasil quer avançar, temos que deixar de buscar só o desenvolvimento econômico e buscar o desenvolvimento de forma geral, em todas as áreas. Este é o momento de levar para a sociedade o debate em relação ao papel dos bancos”, afirmou. Com 113 mil funcionários (e 9,5 mil estagiários), o BB lucrou R$ 6,3 bilhões no primeiro semestre e R$ 11,7 bilhões em 2010, no melhor resultado de sua história.

O dirigente também destacou a questão do assédio moral. “O que mais tem nos preocupado é essa forma violenta de fazer os bancários cumprirem as metas. Infelizmente o BB está mais preocupado em disputar com os bancos privados do que em ser um banco público e por isso acaba tratando os funcionários dessa forma”, criticou.

“Na mesma proporção dos balanços positivos que o banco vem apresentando, queremos uma negociação que dê resultados frutíferos para o funcionalismo. Vamos discutir as questões econômicas, mas devemos principalmente melhorar as condições de trabalho com mais contratações e combater a violência organizacional e o assédio moral com respeito e valorização dos bancários”. O coordenador da comissão de empresa dos funcionários do BB e diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, citou ainda a questão dos comissionados. “Temos acompanhado diversos problemas de pessoas que precisam trabalhar mesmo estando doentes por medo de perder a comissão.”

Caixa

A pauta dos empregados da Caixa foi aprovada durante congresso nacional, em julho. “As propostas foram definidas com muita clareza e esperamos que a Caixa mostre disposição para atender todas as nossas reivindicações”, disse o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Jair Ferreira.

Uma das metas é atingir a marca de 100 mil funcionários – hoje, segundo ele, esse número está próximo de 87 mil. “Se, por um lado, a Caixa apresentou crescimento de 37% no resultado do primeiro semestre e tem se destacado nos programas sociais do governo federal, por outro, as pessoas estão trabalhando mais, com excesso de horas extras, o que tem causado adoecimentos. Por isso, reivindicamos mais contratações para melhorar as condições de trabalho”, diz o secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Plínio Pavão. O lucro líquido da Caixa foi de R$ 2,3 bilhões no primeiro semestre e de R$ 3,8 bilhões no ano passado.

Com informações da Contraf-CUT e do Sindicato dos Bancários de Brasília