São Paulo – Nove trabalhadores que atuavam nas obras de um edifício comercial em Salvador (BA)  morreram na manhã desta terça-feira (9), após o elevador que os transportava despencar de uma altura equivalente a 21 andares.

Até o início desta tarde, ainda não haviam sido divulgadas as razões do acidente, que aconteceu por volta das 7h30. Equipes do Corpo de Bombeiros, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Instituto Médico-Legal (IML) retiraram os corpos do local.

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira (Sintracom) da Bahia, a Fetracom (federação estadual) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), à qual as entidades são filiadas, marcaram manifestação de protesto para esta tarde, diante da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE, antiga DRT).

Para ativistas sindicais do ramo da construção civil ligados à CUT, o acidente evidencia as más das condições de trabalho impostas aos trabalhadores do setor. “É visível a situação precária no local do acidente. Se você olhar o prédio, não há uma preocupação com a questão da segurança. Não há, por exemplo, tela de proteção, um dispositivo básico em todas as obras”, denuncia Edilson Almeida, secretário de Saúde e Meio Ambiente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias de Construção e de Madeira (Conticom).

Em nota, a construtora Segura, responsável pela obra, emitiu pesar pelo que chamou de “fatalidade” e afirmou que “acompanha de perto as investigações levadas a efeito pela perícia técnica, destacando-se, desde já, que o equipamento estava funcionando dentro dos parâmetros de segurança e em perfeito estado de conservação”.

Os sindicalistas locais prometem tomar todas as medidas necessárias para embargar a obra.

Segundo os dados mais recentes do Ministério da Previdência Social, de 723.452 acidentes de trabalho registrados em 2009, 54.142 ocorreram no setor da construção civil.