Professores no Rio mantém acampamento para pressionar governo

Após ocupação, eles prometem permanecer até nova reunião com secretário de educação

São Paulo – Às vésperas do final do prazo apresentado pelo governo do Rio de Janeiro para oferecer proposta de reajuste salarial aos professores, um acampamento virou estratégia para pressionar a administração estadual. Os docentes estão em greve desde junho e receberam a promessa de que até esta sexta-feira (15) a gestão de Sérgio Cabral responderia às demandas dos servidores públicos em educação.

O acampamento foi estabelecido na terça-feira (12), depois de um protesto em que a sede da secretaria foi ocupada. Ainda na terça, o secretário recebeu seis representantes do sindicato da categoria, mas não houve acordo. Os manifestantes prometem permanecer no local até esta quinta-feira (14), quando está prevista uma reunião entre o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) e o secretário de Educação, Wilson Risolia.

Segundo o Sepe, 60% dos 51 mil professores de sala de aula da rede aderiram à paralisação (ao todo, são 75 mil, incluindo os alocados em funções administrativas). A secretaria sustenta que os grevistas alcançam apenas 2% do total nas 14 diretorias regionais espalhadas pelo estado. Uma assembleia está marcada para esta sexta. São 1.457 escolas que atendem 1,1 milhão de alunos

Os professores, cujo piso é de R$ 680, receberam adiantamento de 2012 para 2011 da gratificação anual pelo programa Nova Escola. Antes do programa, os profissionais não tinham aumento salarial havia 12 anos. Eles reivindicam 26% de aumento e descongelamento do plano de carreira dos funcionários e o direito de realizar eleições para diretores nas escolas.

Esse cenário provocou, segundo o coordenador-geral do sindicato, Danilo Serafim, a saída de 3 mil professores da rede estadual. “(Além do salário baixo) tem a questão da violência que alguns professores sofrem dentro e fora de aula, as superlotações em sala, que chega a 50 alunos em algumas turmas. Muitos professores estão de licença, com problemas físicos e mentais. A carência de profissionais já é endêmica e tende a piorar.”

Segundo o secretário, o governo não discorda da necessidade de melhorar as condições da categoria, mas alega que é preciso atentar ao impacto orçamentário. “São 93 mil servidores ativos e 74 mil inativos, e essa questão salarial passa pela Previdência, inclusive”, disse Risolia. Ele citou investimentos de R$ 25 milhões em formação e qualificação dos professores, R$ 14 milhões no programa de formação continuada e R$ 250 milhões em melhoria de infraestrutura das unidades escolares, como formas de valorização da classe.

Com informações da Agência Brasil