Metalúrgicos começam campanha salarial com ato em frente à Fiesp

Aumento real e organização nos locais de trabalho são prioridades. Para dirigente, cenário menos favorável não vai impedir bom resultado

São Paulo – Os metalúrgicos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo realizam na manhã desta quinta-feira (21) ato que marca o início da campanha salarial este ano. O evento, com representantes de 14 sindicatos filiados à Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT-SP (FEM), acontecerá em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na avenida Paulista, região central da cidade.

Os presidentes dos sindicatos entregarão aos representantes das bancadas patronais documento com a pauta de reivindicações, que contempla reposição integral da inflação, aumento real, valorização nos pisos salariais, licença-maternidade de 180 dias, ampliação nos direitos sociais, organização no local de trabalho (com comitês sindicais por empresa) e jornada máxima de trabalho de 40 horas semanais, sem redução de salário. A data-base da categoria é 1º de setembro.

Diferentemente dos outros anos, a FEM não irá negociar com o Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea),  mas com o grupo de montadoras do ABC, Taubaté e São Carlos, formado pela Mercedes-Benz, Ford, Toyota, Volkswagen e Scania. Atualmente, segundo os sindicalistas, são cerca de 250 mil metalúrgicos no estado representados pela central, espalhados entre os grupos de máquinas e eletrônicos, automobilístico, de autoautopeças e parafusos, fundição e estamparia, trefilação, laminação e refrigeração e lâmpadas, iluminação e material bélico.

O presidente da FEM, Valmir Marques, o Biro Biro, destaca que apesar de o cenário econômico não ser tão favorável quanto em 2010, a categoria continua otimista. “Como em todos os anos, sempre conquistamos bons acordos graças ao nosso poder de organização e mobilização. Somos uma categoria referência no país e nesta campanha lutaremos para avançar no direitos sociais e manter os ganhos reais conquistados nos últimos anos”, afirmou.

A regulamentação dos comitês sindicais por empresa (CSE), item incluído na pauta, será defendida em projeto de lei no Congresso. Biro Biro considera que o reconhecimento da prática ainda é limitado no país. “No nosso ramo, os CSEs iniciaram em 1999 no ABC e hoje expandimos para Sorocaba, Taubaté e Salto. Queremos ampliá-los em toda a nossa base porque os comitês têm sido responsáveis pelo aumento do diálogo social nos locais de trabalho e pelo crescente estabelecimento de acordos e soluções de conflitos nas empresas.”

Leia também

Últimas notícias