Vigília de petroleiros vai pressionar por PLR e contra bônus a executivos

Preocupação é com adicional pago por desempenho, considerado injusto

São Paulo – Os petroleiros realizam vigília durante 24 horas a partir da madrugada desta quarta-feira (27), em protesto por um programa de participação nos lucros ou resultados (PLR) mais transparente e contra a prática de bônus por desempenho aos executivos e gerentes, o chamado “surbônus”. A gratificação foi barrada em 2003 e, segundo os trabalhadores, está na iminência de retornar. As mobilizações irão acontecer em frente às unidades envolvendo trabalhadores do regime administrativo e também terceirizados.

Na última semana, os sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) reuniram-se em seminários regionais para traçar estratégias de negociação com a Petrobras, além de indicar a possibilidade de greve e as mobilizações desta quarta-feira. Os trabalhadores que não puderem aderir à mobilização prometem manter operação padrão.

Os sindicalistas vão definir, na primeira semana de agosto, em conferência nacional, os detalhes da campanha salarial de 2011. A data-base é 1º de setembro. Além das questões econômicas, a categoria deve incluir reivindicações como a interrupção do que chamam de “desmonte” da Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS). Eles devem cobrar ainda agilidade na aprovação do plano de previdência complementar Petros-2 para os trabalhadores da Transpetro.

 Protestos

No início do mês, petroleiros de todo o país paralisaram terminais, refinarias e usinas termelétricas em três dias para reivindicar negociação sobre o PLR e protestar contra a remuneração para cargos de confiança.

A categoria reivindica 25% do valor de dividendos distribuídos aos acionistas da estatal. O percentual baseia-se, segundo a FUP, na Lei 10.101/2000 e na Resolução 10 do Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest), vinculado ao Ministério do Planejamento. São elas que definem regras para o pagamento de PLR em empresas públicas.

Na ocasião, a Petrobras afirmou, em nota oficial, estar disposta a negociação com seus funcionários, porém sem previsão de reunião com os sindicalistas.