Trabalhadores intensificam vigília por PLR em bases da Petrobras

Petroleiros pressionam ainda contra pagamento de bônus para executivos

São Paulo – Os petroleiros iniciaram vigília e operação padrão em diversas unidades de produção, refino, terminais e áreas de exploração da Petrobras na madrugada desta quarta-feira (27). O dia foi escolhido pela categoria para mobilização por um melhor programa de participação nos lucros ou resultados (PLR) e contra a prática de bônus por desempenho aos executivos e gerentes, o chamado “surbônus”. A gratificação foi barrada em 2003 e, segundo os trabalhadores, está na iminência de ser retomada.

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), as atividades foram iniciadas nas duas maiores refinarias da estatal, a do Planalto (Replan), em Paulínia (SP), e a de Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro. Na Reduc, o supervisor da segurança patrimonial retirou as faixas alusivas à mobilização que o Sindipetro Caxias havia colocado nas grades antes do arco da refinaria, o que foi considerado prática antissindical pelos militantes. Os funcionários protestam também contra os acidentes de trabalho recorrentes nas unidades.

Na região Norte, os petroleiros da Refinaria Gabriel Passos (Regap), e terminais da Transpetro de Manaus aderiram à mobilização com atraso na entrada. No Nordeste, algumas unidades realizaram assembleia para definir novas paralisações, como na Bahia – na Refinaria Landulpho Alves Mataripe (RLAM), o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA) propôs uma paralisação de 11 horas.

No Porto de Suape, em Pernambuco, a adesão à vigília foi de 100% com a paralisação de 400 trabalhadores durante uma parte do dia. No Ceará, os petroleiros da refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) também seguem paralisados. No Rio Grande do Norte, as bases não emitiram permissão de trabalho e os funcionários pretendem permanecer em mobilização até esta sexta-feira (29) com a participação também de Macaíba.

Outros estados que aderiram ao dia de mobilização são Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul. A promessa da FUP é de que o movimento se intensifique.

A categoria reivindica 25% do valor de dividendos distribuídos aos acionistas da estatal. O percentual baseia-se, segundo a FUP, na Lei 10.101/2000 e na Resolução 10 do Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest), vinculado ao Ministério do Planejamento. São elas que definem regras para o pagamento de PLR em empresas públicas.

Em agosto, uma conferência nacional irá definir detalhes da campanha salarial deste ano. A data-base é 1º de setembro. Além das questões econômicas, a categoria deve incluir reivindicações como a interrupção do que chamam de “desmonte” da Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS). Eles devem cobrar ainda agilidade na aprovação do plano de previdência complementar Petros-2 para os trabalhadores da Transpetro.