Acesso à terra garante inclusão social para ex-escravizados no Piauí

Projeto inédito mostra resultados em Monsenhor Gil, a 65 quilômetros de Teresina

Casas do Assentamento Nova Conquista já foram erguidas para abrigar famílias (Foto: Divulgação CPT-PI)

São Paulo – O acesso à terra mostra-se uma alternativa viável para incluir socialmente os trabalhadores libertados de regimes análogos à escravidão em um assentamento no Piauí. Em Monsenhor Gil, a 65 quilômetros de Teresina, um projeto garante que a democratização fundiária funciona bem para assegurar trabalho e renda e reduzir a vulnerabilidade social.

Segundo relato de Maurício Hashizume, da Repórter Brasil, os núcleos familiares são mantidos pelo plantio de arroz, feijão, mandioca e melancia, entre outros alimentos. As casas do assentamento estão perto de serem concluídas. “Apesar de todas as dificuldades que ainda enfrentamos, estamos muito animados”, relata Francisco José dos Santos Oliveira, uma das lideranças do grupo.

Francisco teve sua trajetória de vida narrada na edição 35 da Revista do Brasil, que tratava do regime de trabalho análogo ao de escravidão. Ele foi aliciado para trabalhar na limpeza de terreno para pasto no sudeste do Pará. Depois de libertado em operação que flagrou as condições degradantes, eles conseguiram indenizações do empregador.

Com a conquista, eles passaram a lutar por terra junto ao Instituto Nacional de Terras e Reforma Agrária (Incra). Em 2008, formaram a Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Prevenção do Trabalho Escravo. Só no fim de 2010 é que a área almejada foi garantida, junto de crédito do órgão.

Com informações da Repórter Brasil

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