A comerciários, Lula sugere negociar trabalho aos domingos com sindicatos

Ex-presidente foi ao Congresso da UGT, central sindical que tem nos trabalhadores do comércio uma das principais bases

Lula discursou em congresso e foi ovacionado pelos participantes (Foto: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress)

São Paulo – Um dia depois de marcar presença no encontro da União Nacional dos Estudantes (UNE), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguiu, nesta sexta-feira (15), sua rotina de participação em eventos de movimentos sociais, desta vez no Congresso da União Geral dos Trabalhadores (UGT), na capital paulista.

O Sindicato dos Comerciários de São Paulo é a principal referência da central sindical criada em 2007. À categoria, Lula sugeriu que a inclusão da jornada aos domingos em lojas e estabelecimentos comerciais seja condicionada à negociação. “Os trabalhadores só devem aceitar isso (trabalho aos domingos) se tiver acordo com o sindicato, depois de conversa e negociação”, recomendou.

Ele ainda defendeu o papel da organização dos trabalhadores. “Quanto mais sindicatos e assembleias existirem, mais qualidade no emprego a gente vai ter”, calculou.

O ex-presidente tocou ainda em questões como a crise econômica em países desenvolvidos, enquanto o Brasil cresce, além de falar sobre o “processo de desencarnação” da Presidência da República para que sua sucessora, Dilma Rousseff, pudesse, por sua vez “encarnar” como dirigente máxima do país.

Celebrando os milhões de brasileiros que deixaram a pobreza para entrar para a classe média, o ex-presidente aproveitou para alfinetar a elite do país. “Os ricos não sabem o que é R$ 100 nas mãos de um pobre”, criticou. O segredo da distribuição de renda nos últimos anos é o que “todo mundo quer saber”, segundo Lula.

“Isso (redução da desigualdade) incomoda algumas pessoas, porque os pobres estão pegando avião.
Fui para a Argentina na semana passada e tinha um monte de pobre pegando avião”, orgulhou-se.