Trabalhadores da Embrapa podem entrar em greve na próxima semana

Segundo o sindicato da categoria, a empresa adotou postura 'intransigente' nas negociações por aumento salarial

São Paulo – Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) podem decretar greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (28). O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf) deve aprovar a medida em assembleias que serão realizadas até esta segunda-feira (27). Na semana passada, eles fizeram uma paralisação de advertência de três dias, sem avanços na negociação sobre aumento salarial e de benefícios.

A categoria reivindica reajuste salarial de 10,51%, além de itens como vale-refeição e abono de férias. A pauta ainda inclui o fim das demissões e punições arbitrárias, isonomia de direitos, garantia de representação previdenciária e implementação do controle eletrônico de ponto. Segundo o sindicato, a Embrapa não tem interesse em levar adiante a negociação, o que deve levar a questão à Justiça do Trabalho.

Segundo o Sinpaf, os trabalhadores entendem que “há espaço para negociação e está disposto a avançar por meio do diálogo”. Prova disso, de acordo com o sindicato, é que apresentou, na última segunda (20), uma contraproposta com número de cláusulas e valores das reivindicações econômicas reduzidas. “O documento foi entregue durante a reunião convocada pelo secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Miguel Ortolan”, afirma a entidade, em nota.

Para o presidente do sindicato, Vicente Almeida, a decisão a ser tomada em assembleia será resultado da posição a ser tomada pela Embrapa. “A deflagração da greve geral decorre da postura intransigente da Embrapa e do governo no avanço das negociações sobre as cláusulas econômicas e sociais que os trabalhadores têm apresentado”, disse.

Punição

A unidade da Embrapa Amazônia Oriental decidiu punir um funcionário que aderiu à paralisação de advertência iniciada na segunda-feira. Afonso Cardoso, que tem 21 anos de trabalho na empresa e também é sindicalista, teria sido questionado por seu chefe imediato por ter aderido ao movimento grevista e afastado de seu cargo de chefia no setor de informação.

Em nota, o Sinpaf repudia a prática de punições arbitrárias. “Representa ato antissindical passível de denúncia à Organização Internacional do Trabalho (OIT). Não podemos aceitar esse tipo de arbitrariedade, pois a organização sindical e o direito à manifestação é um direito assegurado em lei.”

A reportagem da Rede Brasil Atual tentou contato com a Embrapa, mas não obteve resposta.

Com informações da Rádioagência NP