Sem propostas do governo sobre fator previdenciário, presidente da CUT mostra frustração

Alternativa apresentada pela central é a fórmula 85/95, que reduziria tempo necessário para aposentadoria com 100% do benefício e valores maiores

Os ministros da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho (à esquerda), e da Previdência Social, Garibaldi Alves (à direita), se reuniram com as centrais para discutir o fator previdenciário (Foto: Renato Cruz/Agência Brasil))

São Paulo – Na opinião do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, a falta de proposta do governo sobre o fator previdenciário na reunião de quinta-feira (2) com as centrais sindicais e com o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, foi “frustrante”. O fim do fator previdenciário foi o tema em debate na mesa de negociação, que não avançou por conta de impasses entre os representantes das centrais pelo reinício da discussão.

Em nota em seu blogue, o sindicalista criticou a postura do governo, que não apresentou propostas para o assunto, alegando esperar haver consenso entre as centrais para se posicionar. “Enquanto isso, do lado de fora, milhões de trabalhadores e trabalhadoras esperavam pelo resultado da reunião. Lembrei isso ao ministro”, escreveu. “Por outro lado, parte dos sindicalistas ali presentes insistia na tese de que o fator previdenciário precisa acabar.”

Artur cobrou postura objetiva das demais centrais, propondo a elaboração de uma nova alternativa. “Só haveria uma maneira de simplesmente acabar com o fator, que o Congresso derrubasse o veto do ex-presidente Lula ao fim do fator”, declarou o sindicalista, cético em relação à possibilidade.

A CUT defendeu a substituição do fator previdenciário pela fórmula 85/95, elaborada em 2009, que prevê o congelamento da tábua de expectativa da vida para todos que atingirem tempo mínimo de contribuição (35 anos homens, 30 mulheres), sem necessariamente ter os requisitos para aposentadoria. A soma do tempo de contribuição e idade, caso seja 95 para homens e 85 para mulheres, garantiria aposentadoria integral.

Garibaldi declarou que, para o governo, a alternativa mais provável é a fórmula 85/95, mas não há proposta formal consolidada. “Mesmo essa proposta não se tornou consensual. Tudo voltou a um ponto inercial, a um ponto de partida. Já estivemos mais perto de um acordo, hoje ficamos mais longe”, avaliou o ministro após o encontro.

A proposta do governo deverá ser definida pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Previdência, junto com a Secretaria-Geral da Presidência, mas não há previsão para apresentação de um texto, nem para nova rodada de negociação com as centrais sindicais.

Com informações da CUT e da Agência Brasil

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