Sem proposta do governo, servidores da saúde fazem paralisação de 48 horas

Quantidade de hospitais que aderem ao movimento indica insatisfação da categoria. Assembleia está marcada para sexta-feira

Servidores públicos da saúde estão em greve por 48 horas (Foto: Guilherme Amorim/RBA)

São Paulo – Os servidores públicos da Saúde de São Paulo fazem paralisação de 48 horas a partir desta quarta-feira (15), após diversas tentativas de negociar com o governo estadual. Eles estão em campanha salarial há três meses por 26% de reajuste. No entanto, a Secretaria Estadual de Saúde ainda não apresentou proposta para a categoria, mesmo em negociação com o secretário Giovanni Cerri.

Em carta aberta à população, o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP) informa que o governo oferece somente um adicional de até R$ 39 no Prêmio de Incentivo, que seria parte da remuneração e representaria no máximo 4% de reajuste do salário total. A categoria se queixa  de que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e os secretários de governo tiveram 26% de aumento (mesmo índice pleiteado pelos servidores), enquanto os salários-base dos servidores da Saúde variam de R$ 180,35 a R$ 414,30.

“Esse governo diz que é um novo governo, que quer dialogar com os sindicatos, mas é o mesmo que há 16 anos não investe em saúde pública, terceiriza os serviços, paga os piores salários do Brasil e reduz o atendimento aos usuários dos serviços públicos. Lutamos para reverter esse quadro”, diz a carta.

Segundo o secretário-geral do SindSaúde, Helcio Aparecido Marcelino, a entidade está surpresa com a quantidade de unidades que estão aderindo à greve. “Nós estamos surpresos, são muitas unidades seguindo na luta com a gente”, disse. “Até agora, é silêncio total da parte do governo. Nenhuma contrapartida, nenhuma proposta”. A assembleia que vai definir os rumos do movimento está marcada para a manhã da sexta-feira (17), na capital paulista.

Até o momento, segundo o sindicato, estão em greve funcionários do Hospital das Clínicas, do Centro de Referência da Saúde da Mulher, do Hospital Darcy Vargas e de mais 15 hospitais da Grande São Paulo, além de sete em cidades do interior, como Assis, Sorocaba e Lins. O atendimento de rotina (exames e consultas) está suspenso, mas as unidades mantêm o pronto-atendimento de emergências.

Além do reajuste e gratificação, os servidores reivindicam aumento no valor e redefinição para o prêmio de incentivo, extinção da política de bônus por desempenho, políticas de proteção à saúde do trabalhador, licença-maternidade de 180 dias para todos os regimes de contratação, reestruturação para o plano de carreira, entre outras. A data-base da categoria é 1º de março.