‘Faltou jogo de cintura’ ao governador Cabral, diz presidente da CUT-RJ

Bombeiros do Rio protestam em frente à Alerj (Foto: © Alex Ribeiro/Folhapress) São Paulo – Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (CUT-RJ), Darby de […]

Bombeiros do Rio protestam em frente à Alerj (Foto: © Alex Ribeiro/Folhapress)

São Paulo – Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (CUT-RJ), Darby de Lemos Igayara, “faltou jogo de cintura” ao governador Sérgio Cabral (PMDB), ao ordenar a prisão de 439 bombeiros na manhã do sábado (4). Os trabalhadores tomaram o quartel central do Corpo de Bombeiros, no centro do Rio, na noite da sexta-feira (3), em uma manifestação por melhores salários. O piso salarial da categoria é de R$ 950, o menor do país.

Igayara analisa que após sucessivos erros do governo fluminense e acirramento por parte dos bombeiros, o momento é de “distensionar” as relações. “Do ponto de vista do trabalhador, a situação preocupa e nossa missão é ver como efetivamente ajudar, como mediar o conflito para distensionar nesse primeiro momento em que os dois lados estão radicalizados”, afirmou o dirigente cutista, em entrevista à Rede Brasil Atual.

Os trabalhadores pedem revisão de acordo fechado em 2010 entre governo do estado e funcionalismo público estadual. O acordo prevê reajuste salarial de 1% por mês até 2014. “Não houve sinalização do governo de reabrir negociações, então é mais do que natural o movimento dos trabalhadores”, defende o presidente da CUT-RJ. “A corporação é muito querida e bem vista pela população. Não justifica eles terem o menor salário do país”, critica.

Segundo ele, um grave erro partiu do próprio comando do Corpo de Bombeiros, que não teria encaminhado ao governo do estado as reivindicações do trabalhador. “Pelo que sabemos, quando a demanda do movimento chegou ao governador o movimento já estava endurecido.”

A resolução do conflito vai exigir dos negociadores, num primeiro momento, “acalmar os ânimos”, indica Igayara. “Nossa experiência demonstra que para mediar o conflito não dá para ser aventureiro nem oportunista, e a hora é de acalmar os ânimos”, propõe. “O apoio no momento não é apenas ser solidário, é preciso buscar uma saída em conjunto.”

Selvageria

Em nota, a Força Sindical classificou de “selvageria” a reação do governo do Rio. “A direção da Força Sindical assistiu, indignada e estarrecida, as cenas de selvageria contra a manifestação dos bombeiros e salva-vidas em luta pelas suas reivindicações e direitos, ocorrida no último dia 3 de junho no Estado do Rio de Janeiro.” A direção da entidade também pediu a descriminalização do movimento e reabertura imediata da negociação.