Metalúrgicos de Curitiba consideram ‘retrógrada’ posição da Volks no estado

Presidente da companhia ameaçou não fazer novos investimentos no Paraná por causa de reivindicação de pagamento de PLR de R$ 12 mil

No TRT, Volkswagen não apresentou nova proposta sobre PLR, o que motiva a paralisação (Foto: Divulgação SMC)

São Paulo – O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba classifica como “retrógrada” a posição da direção da Volkswagen no estado. Na manhã desta segunda-feira (9), em sessão do Tribunal Regional do Trabalho, a multinacional não apresentou nova proposta para participação nos lucros ou resultados (PLR) e, por isso, não houve acordo.

“Lamentamos o fato da Volkswagen continuar com  uma posição retrógrada no estado”, criticou o presidente da entidade, Sérgio Butka. “Apesar de termos uma melhor produção, uma melhor qualidade, do custo do produto ser inferior ao fabricado em São Paulo, mesmo assim a empresa mantêm uma posição diferente das outras montadoras daqui não dando alternativas ao trabalhador”, reclamou, segundo o site da instituição.

A declaração é feita no mesmo dia em que o presidente da Volkswagen do Brasil, o alemão naturalizado brasileiro Thomas Schmall, ameaçou retirar investimentos da empresa do Paraná. Os metalúrgicos pedem como PLR R$ 12 mil – metade agora, metade no fim do ano – sem imposição de metas de produção.

A francesa Renault aceitou pagar R$ 12 mil no total, enquanto a sueca Volvo garantiu R$ 15 mil. Mas a companhia de origem alemã não aceita melhorar a proposta. A oferta foi de uma parcela de R$ 4,6 mil agora e outra, com valor a negociar, no fim do ano, conforme a produção. Em três unidades paulistas da montadora – São Bernardo, São Carlos e Taubaté – a PLR rendeu R$ 5,2 mil pagos neste mês, e a segunda parcela depende do cumprimento de metas.

“Estamos preocupados com a situação de competitividade”, disse Schmall, em entrevista a O Estado de S.Paulo. “Vai chegar um ponto em que é melhor aceitar parar a fábrica do que pagar o que estão pedindo. É mais barato ficar em greve do que pagar e estragar todo o plano futuro da empresa”, insistiu. Segundo ele, “ninguém vai fechar uma fábrica”, mas ele diz não saber se novos investimentos serão feitos em Curitiba.

“(A Volkswagen)  quer enquadrar o trabalhador e é inaceitável essa posição”, criticou Butka. “O movimento (grevista) está mantido.” Nesta terça-feira (10), o resultado da reunião será discutido em assembleia.