Para a CUT, reforma tributária deve contribuir para distribuição de renda

Parlamentares, acadêmicos e sindicalistas discutem mudanças na estrutura de cobrança de impostos no Brasil. Atualmente, pobres pagam mais

São Paulo – Uma reforma tributária que contribua para a distribuição de renda é o tema de um seminário internacional em Brasília (DF). A organização do evento iniciado nesta segunda-feira (21), com a presença de acadêmicos e parlamentares, é da CUT. Os debates prosseguem nesta terça-feira (22).

Segundo a CUT, a maior meta para a reforma tributária é possibilitar a distribuição de renda e tornar a estrutura de tributos progressiva, além do estímulo à produção. Entre os pontos defendidos, estão a eliminação da cobrança do imposto de renda sobre aposentadorias; a dedução do imposto de renda para gastos com aluguel, planos de saúde, e educação; redução dos impostos de produtos de consumo popular e aumento da tributação de itens de luxo, entre outros.

Para o professor do Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp), Anselmo Luiz dos Santos, um dos integrantes da mesa inicial do seminário, a questão fundamental na discussão de reforma tributária é o avanço socioeconômico em conjunto com a inclusão social e redução de pobreza. “A reforma tributária tem que considerar aspectos econômicos que possam impulsionar o desenvolvimento da produção e a capacidade do estado de ter recursos para promover a redução da pobreza”, declarou, em entrevista ao Jornal Brasil Atual.

A diferença entre os tributos também é assunto grave no país, na visão do professor. “A estrutura tributária no país é desproporcional, onde os pobres pagam mais impostos do que a população mais rica. Ao contrário do que é o sistema na Europa, a nossa ainda contribui para ampliar a desigualdade. Precisamos criar estrutura tributária progressiva. Se eles podem pagar mais, que paguem mais”, pontuou.

Entre os convidados, estão o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, o deputado federal Cláudio Puty (PT-PA), o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, e o diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio.

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