Número de estrangeiros autorizados a trabalharem no Brasil chegou a 56 mil em 2010 e bateu recorde

Segundo o Ministério do Trabalho, resultado reflete maior volume de investimentos

São Paulo – O número de estrangeiros autorizados a trabalharem no Brasil bateu recorde em 2010, confirmando a expectativa, e atingiu 56.006, 30,5% a mais do que no ano anterior (42.914), segundo a Coordenação Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O coordenador-geral, Paulo Sérgio de Almeida, atribuiu o resultado ao maior volume de investimentos, particularmente nos setores industrial e de óleo, gás e energia. Do total, a grande maioria (53.441) foi de temporários, com prazo de até dois anos.

Foi exatamente o segmento de exploração de petróleo e gás o que mais teve concessões para trabalho de estrangeiros. Segundo o ministério, do total de vistos, 15.206 estavam relacionados a trabalho a bordo de embarcação ou plataforma estrangeira. Outras 12.838 concessões foram para marítimo estrangeiro empregado a bordo de embarcação de turismo estrangeiro que opere em águas brasileiras – 4.484 autorizações a mais que em 2009, aumento de 54%.

O governo brasileiro concedeu ainda 8.470 vistos para estrangeiros na condição de artista ou desportista, sem vínculo empregatício. Foram dadas 1.853 concessões a mais para artistas estrangeiros realizarem shows no país, crescimento de 28%.

Já o número de profissionais estrangeiros para instalação de máquinas e equipamentos, assistência técnica e transferência de tecnologia aumentou 38% sobre 2009. Segundo o ministério, 20% concentram-se em aitivdades ligadas à indústria da exploração e produção do petróleo.

Com 25.550 concessões (aumento de quase 40% sobre 2009), São Paulo passou o Rio de Janeiro em número de autorizações concedidas. O Rio teve 22.371 concessões, crescimento de 18%. Em seguida, vieram Minas Gerais (2.644), Amazonas (1.164) e Paraná (1.035).

Por país de origem, a maior quantidade de estrangeiros foi dos Estados Unidos (7.550), seguido das Filipinas (6.531), do Reino Unido (3.809), Índia (3.237) e Alemanhã (2.904). Nove em cada 10 eram homens (50.653), e a maioria (31.662) tinha curso superior completo ou habilitação equivalente.

“Além de transferir seus conhecimentos aos brasileiros, esses profissionais contribuem para a geração de mão de obra nacional nas novas indústrias e atividades econômicas que ajudam a implementar.  Muitos desses profissionais estrangeiros também vêm ao Brasil para compor o quadro inicial de novas empresas estrangeiras recém-instaladas no Brasil. “São, muitas vezes, responsáveis pela implantação do negócio e, depois de algum tempo, retornam a seus países de origem”, disse Almeida.