Em meio a disputa política, Força e CUT voltam a se estranhar
São Paulo – Os presidentes da CUT e da Força Sindical voltaram a trocar farpas nesta terça-feira (1º). O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), que comanda a […]
Publicado 01/03/2011 - 19h12
São Paulo – Os presidentes da CUT e da Força Sindical voltaram a trocar farpas nesta terça-feira (1º). O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), que comanda a segunda maior central sindical do país, disse estar “de saco cheio do PT”, em entrevista ao TerraMagazine. Em seu blogue, Artur Henrique criticou o que ele chamou de “leilão” e de disposição de “cair no colo do PSDB”.
Há 15 dias, em meio à discussão sobre a política de valorização do salário mínimo, as entidades haviam dado sinais que o processo de negociação com o governo havia deixado rusgas. Embora o debate com o Executivo tivesse ocorrido de forma unificada, incluindo ainda as outras quatro centrais sindicais, a CUT criticou a posição da Força de ceder e propor um valor mais baixo para o piso nacional mesmo sem qualquer indicação de flexibilidade por parte do governo.
Segundo Paulinho, o PT vai ter mais motivos para ficar insatisfeito com sua postura. “O PDT tem um programa histórico, sempre defendeu os direitos dos trabalhadores, e se o PT abandonou os trabalhadores, a culpa não é nossa. Manda o PT se f… Estou de saco cheio deles já”, disse. A principal crítica é pelo fato de o PT mandar “recadinho por jornal”
O líder da Força Sindical estendeu o diagnóstico de incômodo com o governo de Dilma Rousseff e com o PT a outras centrais. “Ela (Dilma) nos abandonou. Não quer mais falar conosco. Agora, a decisão das centrais é de disputar Dilma”, vaticinou.
Em resposta, o presidente da CUT não poupou palavras. “Paulinho, desta forma, dá mais uma mostra de que deve estar leiloando a si mesmo. Ele provavelmente quer ver quem dá mais para ele trocar de partido, o PDT, onde teve sua suposta liderança seriamente questionada em epísódio recente”, escreveu em seu blogue.
Artur incluiu questionamentos ao fato de Paulinho, mesmo exercendo mandato de deputado federal, permanecer na presidência da central. Afirmou ainda que a Força “foi fundada com a ajuda monetária e política” da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
“Ele (Paulinho) obtém espaço porque essa postura oportunista é útil, neste momento, para parte da grande mídia”, reclamou.
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