Depois de duras críticas, consórcio de Santo Antônio aceita antecipar reajuste

Aumento salarial e o do valor da cesta básica precisam ser aprovados em assembleia. Negociação entre CUT e Odebrecht é tentativa de retomar obras

Reunião das centrais sindicais com o ministro Gilberto Carvalho para discutir problemas nas construções do PAC (Foto: Valter Campanato)

São Paulo – Representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da construtora Odebrecht discutiram nesta quinta-feira (31) propostas para serem levadas à assembleia dos trabalhadores da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia. Sindicalistas e empreiteira acertaram a antecipação do reajuste salarial de 5% para o mês de abril e o aumento do valor da cesta básica de R$ 100 pra R$ 132.

A reunião ocorreu um dia depois de uma primeira reunião entre as partes. Ao fim da quarta-feira (30, a CUT emitiu uma nota com duras críticas à construtora. A entidade repudiou a postura da construtora Odebrecht, acusando-a de ser “irresponsável” por descumprir o acordo firmado com os trabalhadores da usina hidrelétrica de Santo Antônio e representantes do governo federal. 

O debate inicial buscou a negociação sobre a greve dos funcionários da usina. Porém, a construtora classificou os pedidos dos sindicatos como “discurso radical” e recuaram na discussão com os trabalhadores, apesar do compromisso de negociação firmado em encontro com o governo.

Os operários estão parados há duas semanas, por causa da onda de protestos que começou no canteiro de obras da Hidrelétrica Jirau, também no Rio Madeira. A expectativa, segundo o presidente da CUT, Arthur Henrique, é que os trabalhadores aceitem o que foi discutido nesta quinta entre sindicalistas e empresários e encerrem a paralisação.

“Em Santo Antônio, a expectativa é no sentido de que é possível retomar a obra”, disse. A data da assembleia ainda não está definida e pode ocorrer nesta sexta-feira (1º) ou na próxima segunda-feira.

O reajuste definitivo dos salários e o da cesta básica seriam discutidos posteriormente na data-base, em maio. A Justiça do Trabalho decidiu multar o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Rondônia (Sticcero) em R$ 200 mil por dia, caso os operários não voltem ao trabalho.

Na tarde desta quinta-feira, a empresa Camargo Corrêa, responsável pelas obras da Usina Jirau, também deve se reunir com sindicalistas, em Rondônia, para tratar da situação no canteiro de obras, destruído por operários em protesto contra as condições ruins de trabalho e de transporte. Santo Antônio e Jirau são duas das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em andamento no país.

Com informações da Agência Brasil

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