Metalúrgicos do ABC e bancários de SP pressionam por correção de tabela do IR

São Paulo – O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na região metropolitana de São Paulo, realiza na madrugada desta terça-feira (1º) assembleia para definir a posição da categoria em torno […]

São Paulo – O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na região metropolitana de São Paulo, realiza na madrugada desta terça-feira (1º) assembleia para definir a posição da categoria em torno da correção da tabela do Imposto de Renda. O Sindicato dos Bancários de São Paulo também realizará protestos divididos em diversos atos.

O ato dos metalúrgicos, marcado para o pátio da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, deve reafirmar a posição que vem sendo defendida pelas centrais sindicais, que é de pedir ao governo a correção da tabela, como vem sendo feito com regularidade desde 2007.

Em 2010, os metalúrgicos do ABC conseguiram o maior reajuste da história da categoria, de 10,8%. Se o governo federal não aceitar fazer a correção da tabela, os metalúrgicos temem perder boa parte deste aumento, já que alguns assalariados mudarão de faixa de tributação, passando a pagar mais imposto.

A equipe econômica de Dilma Rousseff, por sua vez, pode manter as faixas de incidência do tributo, o que produziria a arrecadação extra. Em reunião na última semana, o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, manifestou às centrais sindicais que ainda não há posição fechada em torno do tema, que volta a ser discutido nesta quarta-feira (2).

A ideia dos representantes de sindicatos é assegurar, no mínimo, a correção em 4,5% da tabela. Ao mesmo tempo, o encontro em Brasília vai tratar do novo valor do salário mínimo. As centrais consideram que R$ 580 é o valor correto, mas o Planalto aceita oferecer R$ 545, que é o suficiente para realizar a reposição da inflação.

O problema, neste caso, é que o governo Lula e as centrais fecharam uma fórmula pela qual a correção do mínimo é feita pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes – ou seja, o valor do mínimo deste ano é definido pela inflação de 2010, de 6,47%, e o PIB de 2009, que teve recuo de 0,2%.

As centrais argumentam que a regra deve ser mantida, mas não pode ser válida neste caso por se tratar de um ano excepcional, em que o mundo foi assolado pela crise financeira. Na visão dos sindicatos, assim como os empresários tiveram uma série de concessões para amenizar os efeitos da crise, os trabalhadores devem ter direito a um tratamento especial. Além disso, a leitura é de que o aumento salarial foi a base para assegurar o crescimento econômico brasileiro dos últimos anos, com redução da pobreza e distribuição de renda.

Bancários

Os bancários de São Paulo, Osasco e região também farão mobilização com o objetivo de pressionar o governo. No primeiro encontro com os dirigentes sindicais, o governo chegou a demonstrar disposição em corrigir a tabela do imposto de renda.

“Estamos deixando bem claro a importância que a correção da tabela do imposto de renda tem para os trabalhadores”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Quase 90% das campanhas salariais do ano passado arrancaram com muita luta aumento real para os salários e se não houver a correção, boa parte desses ganhos será mordida pelo leão. Isso nós não podemos deixar acontecer.”

O ato será realizado em três concentrações bancárias das 7h às 8h: no Centro Empresarial Itaú Conceição – Ceic (Estação Conceição do Metro), na Superintendência do Banco do Brasil (Avenida da Paulista, 2.163), além do Complexo Cidade de Deus do Bradesco, em Osasco, (Rua Venceslau Brás) onde a presidenta do Sindicato falará com a imprensa.

 

 

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